domingo, 21 de fevereiro de 2010

Frase do dia:

"Status é comprar uma coisa que você não quer, com um dinheiro que você não tem, pra mostrar pra gente que você não gosta, uma pessoa que você não é."

(Autor Desconhecido)

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Uma data a ser lembrada...

11 de fevereiro de 2010, quinta-feira. Talvez muitos se esqueçam no futuro do que fizeram neste dia ou o que aconteceu. Eu, porém, me lembrarei por muito tempo ainda (talvez até o fim de meus dias) desta data e do que aconteceu neste dia. Não me esquecerei de quando estava simplesmente acessando o twitter como de praxe e me deparei com uma notícia bastante difícil de se acreditar: o Superior Tribunal de Justiça havia decretado a prisão de Arruda! 

Afinal, onde já se viu político ser preso no Brasil?!? Ainda mais o governador do Distrito Federal?!?

Pois bem, o que mais parecia uma "pegadinha de 1º de abril" era a mais pura verdade. O STJ havia decretado a prisão do governador que havia manchado o nome da capital federal com a tremenda indecência de seus atos. Mas a história não termina aí. Além de ter sua prisão decretada, Arruda foi efetivamente preso e passou o resto do dia nas dependências sob custódia da Polícia Federal! Corrijam-me se estiver errado, mas, como diz o presidente, "nunca na história desse país" um governador de qualquer unidade da federação foi preso, muito menos passou uma noite encarcerado...

Mas, felizmente, a história ainda não terminou: no dia seguinte, o pedido de habeas corpus emitido pela defesa de Arruda foi negado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio de Melo. Começava a ser escrita uma nova página na história de Brasília, do Brasil e da política deste país. Em três meses, um escândalo político de grandes proporções estourou, ganhou repercussão nacional (e internacional), mobilizou protestos, gerou grande polêmica (até aqui nada de novo) e seu principal protagonista recebeu o que merecia! Agora os poderosos também pagavam pelos seus atos e não mais estavam fora do alcance da verdadeira justiça!

Há alguns dias atrás (veja a última postagem) expressei profunda vergonha e tristeza em afirmar que Brasília fazia jus a sua alcunha de "reino da corrupção" que ecoa no país afora. Hoje, alegro-me de dizer que estava errado. Hoje, posso contemplar minha cidade como exemplo, como um lugar onde o crime (mesmo aquele cometido pelas mais altas autoridades) é punido e onde a justiça é feita! De hoje em diante, lembrarei a todos com orgulho (talvez até ufanismo) que em minha cidade natal o governador roubou, tentou subornar uma testemunha, foi preso, teve o habeas corpus negado e passou não somente uma noite, mas o carnaval inteiro atrás das grades!

Não sou ingênuo a ponto de acreditar que Arruda passará muito tempo onde está neste exato momento ou de que sofrerá grandes consequências por seus atos. Afinal, ainda estamos no Brasil. E, no Brasil, nenhum criminoso punido (justamente) passa muito tempo atrás das grades. Ainda assim, o simples fato de um governador enfrentando acusações de corrupção ser preso e passar mais de 24 horas na cadeia já representa uma grande mudança!

Se antes temia que Brasília comemorasse seus primeiros 50 anos afogada em seu próprio mar de lama, hoje já vizualizo um futuro diferente, muito mais brilhante e glorioso, não só para Brasília, mas para todo o país. Vejo agora que, no próximo 21 de abril, poderei comemorar feliz o aniversário de minha cidade e dizer que aqui os políticos corruptos são presos e que Brasília não é mais o "reino da corrupção" como um dia foi, mas sim a "capital da esperança" como sempre foi e sempre há de ser!

Devo lembrar que esta vitória não representa o fim desta história, pois "vencemos a batalha, mas não a guerra". Após o carnaval, veremos qual será a decisão do STF a respeito do ex-governador Arruda. A meu ver, é fato que ele não mais poderá continuar no cargo. Resta agora saber quantos dias mais ele passará na cadeia e se os demais culpados, principalmente o atual governador interino Paulo Octávio, terão a mesma sorte...

Não sei quanto tempo ainda me resta, mas não importa quanto o seja, nunca me esquecerei do dia em que o governador foi preso, do dia em que o Ministro do Supremo lhe negou o habeas corpus e que, durante o carnaval de 2010, a mais alta autoridade do DF viu o Sol nascer quadrado...

Como dizia um certo poeta desta cidade:

"Dizia ele 'estou indo pra Brasília, nesse país lugar melhor não há...'"

Luiz Gustavo Aversa Franco
Brasília, DF - 13 de fevereiro de 2010


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A crise política do DF

Como não podia deixar de ser, 2009 foi marcado por vários escândalos políticos. A controvérsia acerca do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes; os escândalos envolvendo o ex-presidente José Sarney e as acusações de corrupção contra a governadora do Rio Grande do Sul são apenas alguns dos mais aparentes. Porém, talvez o pior escândalo de 2009 (que teve inclusive repercussão na mídia internacional) foi a série de denúncias de corrupção contra o governo Arruda no Distrito Federal.

Percebe-se da pequena lista de exemplos acima que, de um modo ou de outro, Brasília acaba sendo palco da maioria dos escândalos políticos no Brasil. Aliás, quem mora em Brasília sabe da fama desta cidade. Basta dizer "sou de Brasília" fora do DF para ouvir todo tipo de piada sem graça como "ah, veio da 'ilha da fantasia'", "é corrupto!", "almoça com o Lula" e por aí vai. Em circunstâncias normais eu, que sou brasiliense nato e não escondo minhas origens, esbravejaria e faria a todos os piadistas de plantão que os corruptos que aqui se encontram vieram de seus estados e estão onde estão por causa de pessoas como eles (os piadistas). Porém, já não tenho mais moral para tal. Fiquei bastante chateado quando me dei conta que, de todos os escândalos em nível regional no Brasil no ano de 2009, o famoso "mensalão do DEM de Brasília" foi sem dúvida o pior de todos.
Realmente, depois dessa o DF merece a alcunha de "reino da corrupção" que nos é dada Brasil afora. Infelizmente a grande corrupção que marcou Brasília em 2009 não vinha da Praça dos Três Poderes, mas sim do Palácio do Buriti. Não se trata de mero discurso ufanista. Ao analisar friamente os fatos dos últimos dois meses, percebe-se o quão grave está a situação da política do DF.

Em primeiro lugar, o "suspeito" em questão não é "réu primário". Muitos provavelmente não se lembram, mas em 2001 o mesmo José Roberto Arruda com sua cara de pau violou o painel eletrônico do Senado. Depois ainda teve coragem de se dizer inocente, de afirmar que havia sido manipulado pelo funesto ACM e, quanto não podia mais fugir da verdade, chorou em rede nacional (com direito a jurar pelos filhos e tudo o mais) e renunciou ao cargo. Em vez de lembrar-se de tudo isso, os próprios eleitores do DF o trouxeram de volta em 2002, como Deputado Federal com maior votação em todo o país (vergonha)! Como se não bastasse, na eleição seguinte, Arruda foi eleito governador sem nem mesmo disputar um segundo turno (vergonha novamente)! Quem somos nós, brasilienses, para falar de Collor, Maluf e companhia?

Além da "ficha" deste "suspeito", as próprias acusações são vergonhosas. Que em tudo que se faz no Brasil alguém sempre leva a sua parte todo mundo já sabe...mas 30%? De absolutamente tudo, de postes a pontes (para quem não sabe, uma das escolas de samba mais famosas do RJ recusou-se a participar das comemorações dos 50 anos de Brasília ao descobrir que teria que dar 30% de seu pagamento pra esta máfia)?!? Aí já é demais... E como se isso não bastasse, o "suspeito" ainda se faz de santo (literalmente!) ao afirmar que perdoa àqueles que o ofenderam e espera ser perdoado. Para completar, o nobre governador tem tamanha estima pela inteligência de seus eleitores que afirmou que as consideráveis propinas que recebeu e foram flagradas em vídeo foram para comprar panetones! Haja óleo de peroba para lustrar tamanha cara de pau...

Porém o mar de lama não está somente na máfia de Arruda, Paulo Octávio e companhia. Quem assistiu aos noticiários do dia 09 de dezembro sabe o que significa o termo "violência desmedida". Curiosamente, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) tem seus próprios "caveiras". Sim, a PMDF conta com o seu próprio Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE)! Porém, no Rio de Janeiro, o BOPE trava operações de guerra no combate ao narcotráfico. No DF, a mesma tropa de elite é usada para pisotear, espancar e brutalizar manifestantes pacíficos que protestam por uma boa causa. Isso sem contar as demais denúncias de violência policial neste e em outros atos de protesto cometidos pro PMs "convencionais". Hugo Chavez deve ter inveja de Arruda...

Além da máfia do Buriti e da PM estilo ditadura militar, o DF ainda se mostrou tão complacente com a corrupção política quanto qualquer estado brasileiro. Há mais de dois meses o "mensalão do DEM-DF" é noticiado e o que aconteceu até agora? Nada! Foram mais de 10 pedidos de impeachment contra Arruda, porém nenhuma das instâncias superiores tomou uma atitude a respeito. Seja na Câmara Legislativa (CLDF) ou no Tribunal de Justiça (TJDFT), os crimes de Arruda continuam impunes!

É sem dúvida muito triste que Brasília, planejada como símbolo da modernidade e do futuro do Brasil, e entoada como "capital da esperança" em seu hino, seja palco de uma história tão brasileira (no pior sentido possível) às vésperas de seu primeiro cinqüentenário. E se o presente já é ruim, pior é o futuro, pois ao que tudo indica as próximas eleições enunciarão o retorno de Joaquim Roriz, um verdadeiro coronel do Cerrado cuja infâmia se assemelha a de típico coronel do sertão.

Sem dúvida, é triste ver uma cidade que nasceu como capital da esperança tornar-se "o reino da corrupção"...



Luiz Gustavo Aversa Franco
Brasília, DF - 04 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

HUMOR - Respostas de alunos...



RESPOSTAS DE ALUNOS INTELIGENTES...

Professor: O que devo fazer para repartir 11 batatas para 7 pessoas?
Aluno: Purê de batata, senhor professor!

Professor:- Joaquim, diga o presente do indicativo do verbo caminhar.
Aluno:- Eu caminho... tu caminhas... ele caminha...
Professor: - Mais depressa!
Aluno :- Nós corremos, vós correis, eles correm!

Professor: "Chovia" que tempo é?
Aluno: É tempo ruim, senhor.

Professor: Quantos corações nós temos?
Aluno: Dois!
Professor: Dois!?
Aluno: Sim, o meu e o seu!

Dois alunos chegam tarde e justificam-se:
- O 1º Aluno diz: Acordei tarde! Sonhei que fui à Polinésia e a viagem
demorou muito.
- O 2º Aluno diz: E eu fui esperá-lo no aeroporto!

Professor: Diga o nome de cinco coisas que contenha leite...
Aluno: Um queijo e quatro vacas.

Um aluno de Direito foi fazer exame oral: O que é uma fraude?
Resposta do aluno: É o que o Professor está fazendo.
O professor muito indignado: Ora essa, explique-se...
O aluno responde: Segundo o Código Penal comete fraude todo aquele que
se aproveita da ignorância do outro para o prejudicar!

PROFESSORA: Maria, aponte no mapa onde fica a América do Norte.
MARIA: Aqui está.
PROFESSORA: Correto. Agora turma, quem descobriu a América?
TURMA: A Maria.

PROFESSORA: Joãozinho, me diga sinceramente, você ora antes de cada refeição?
Joãozinho: Não professora, não preciso... A minha mãe é uma boa cozinheira.

PROFESSORA: Artur, a sua redação "O Meu Cão" é exatamente igual à do
seu irmão. Você copiou?
ARTUR: Não, professora. O cão é que é o mesmo.

PROFESSORA: Bruno, que nome se dá a uma pessoa que continua a falar,
mesmo quando os outros não estão interessados?
BRUNO: Professora

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Um desastre chamado Haiti

Dedico este texto a todos os soldados e civis brasileiros e de todo o mundo que estavam no Haiti, cumprindo seu dever, enquanto ninguém dava o devido reconhecimento...

Antes do fim da primeira quinzena de 2010, uma trágica notícia já tomou conta dos noticiários em todo o mundo: a catástrofe do terremoto do Haiti. De repente, o mundo parou para assistir a catástrofe que assolou o pequeno e (até antes do ocorrido) esquecido país caribenho e o sofrimento de seus cidadãos. Aparentemente a causa dos milhões de haitianos desabrigados, famintos e abandonados tornou-se a causa de toda a humanidade, inclusive dos grandes "líderes" mundiais.

Infelizmente, como o Haiti hoje, grandes catástrofes humanas somem dos noticiários com a mesma rapidez que aparecem. Assim foram os grandes genocídios na África dos anos 1990 e 2000, a grande tsunami que assolou o Sudeste Asiático e a Oceania há alguns anos, apenas para citar alguns casos ilustrativos. Assim como estes casos passados, o Haiti será mais uma vez esquecido, tanto pelos políticos como pelas pessoas comuns, assim que as câmeras de TV se desligarem e os repórteres saírem.

O Haiti já era um desastre muito antes do terremoto. Um Estado muito fraco (ou "falido", como gostam de dizer os intelectuais ocidentais), onde já era antes necessária a presença da ONU para estabilizar e manter a ordem no país na forma da Missão de Estabilização da Organização das Nações Unidas para o Haiti (MINUSTAH). Considerado o país mais pobre de todo o continente americano, o Haiti já tinha infra-estrutura (tanto econômica, quanto política e social) bastante frágil antes dos eventos da semana passada.

Sem dúvida é comovente ver o ímpeto humanitário advindo de todos os cantos do globo em assistência ao Haiti. Vários países até então totalmente ausentes do Haiti já disponibilizaram grandes quantias em dinheiro, soldados, navios, equipamento militar, médicos, doações e tudo o mais que for útil na reconstrução. Celebridades já estão se organizando, promovendo grandes eventos a fim de arrecadar fundos. Porém, fica a pergunta: até quando?

Será que a preocupação das grandes potências, das celebridades e de todos que se apresentam como bons samaritanos agora continuará voltada a este pequeno país do caribe quando a poeira já tiver baixado? Muito provavelmente (e tristemente) não.

Com o tempo os norte-americanos voltarão suas atenções para as eleições parlamentares, para a Guerra Contra o Terror e para outros lugares onde seus verdadeiros interesses estejam, e assim farão os europeus, os chineses e todos os outros. Em aproximadamente seis meses, o Brasil e o mundo estarão eufóricos com mais uma Copa do Mundo, e as câmeras se voltarão para a África do Sul, sem se preocupar com a situação do Haiti. A triste realidade que a história nos ensina é que, com o tempo, tudo volta ao padrão (seja ele qual for).

Muito provavelmente, passada a "febre" do Haiti, as únicas autoridades que discutirão ainda o assunto serão os chefes de Estado dos países componentes da MINUSTAH (em que se destaca o Brasil) e, muito provavelmente, estarão ansiosos para o fim de seu mandado para que seus soldados possam retornar para a casa. Quase certamente, o Haiti será tema da agenda apenas destes 19 países cujos soldados usam os capacetes azuis da Missão e da ONU.

Espero estar enganado, mas provavelmente o Haiti será reconstruído, e não verdadeiramente construído. A grande maioria dos governos que se fazem presentes no Haiti (incluindo o nosso, que até então estava ansioso para retirar seus soldados do país e já anunciou a disposição em dobrar o seu contingente lá presente) não está preocupada em tornar este país estável, com um Estado presente e onde seus cidadãos desfrutem de um mínimo de bem estar. Apenas estão buscando a glória e o prestígio de saírem desta cena como heróis.

Esta glória, entretanto, não há de ser destes oportunistas. Os verdadeiros heróis desta história já não estão mais entre nós para contar a sua história. Foram vitimados pelo evento que proporcionou todo o "espetáculo", cumprindo seu dever quando a grande mídia internacional estava ocupada com outros assuntos. Os verdadeiros heróis literalmente deram sua vida pelo Haiti! Morreram soterrados muito longe de suas casas e de suas famílias quando quase ninguém se importava com o que se passava naquela ilha.

Resta saber se seus nomes serão realmente lembrados, ou se cairão no esquecimento, junto com a situação do pequeno país caribenho, quando a câmera parar de gravar...

Luiz Gustavo Aversa Franco
Brasília, DF - 19 de Janeiro de 2010