quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Aduana dos EUA pode confiscar eletrônicos

ADUANA ESTADUNIDENSE AGORA PODE CONFISCAR COMPUTADORES PORTÁTEIS.

Uma decisão da Corte Federal dos Estados Unidos deu às autoridades alfandegárias americanas o direito de analisar e mesmo copiar informações armazenadas em computadores portáteis de todos que cruzam as fronteiras do país.
Com a nova lei, fotos, textos, e-mails, planilhas financeiras e todo o tipo de documento guardado nos hard-drives de laptops e outros gadgets - como telefones celulares, Blackberries e iPods -, capazes de armazenar dados perderam o caráter de propriedade pessoal.

Confisco arbitrário - Privacidade? Propriedade intelectual? Que nada. A memória de computadores portáteis agora é tratada como bagagem. Poderá ser vasculhada nos aeroportos e portos do país norte-americano em guerra. E, mesmo sem prova de que qualquer delito possa estar sendo praticado pelo viajante, os oficiais de aduana têm respaldo legal para confiscar os equipamentos e nunca mais devolvê-los.

A Associação de Executivos de Viagens Corporativas, órgão que reúne várias entidades do setor de viagens de negócios de todo o globo, tentou recorrer da decisão diante do Senado americano. A contestação foi rejeitada. A lei permanece em vigor.
Diante disso, antes de embarcar para os Estados Unidos levando qualquer equipamento que possua memória, é bom fazer um back-up dos dados armazenados. Apague todo o conteúdo pessoal, ou sigiloso. E esteja preparado para até mesmo ter sua propriedade confiscada, sem muitas explicações
Aduana = alfândega.
É uma repartição governamental oficial de controle do movimento de entradas e saídas de mercadorias para o exterior ou dele provenientes, imcubida, inclusive, da cobrança dos tributos pertinentes


Autor desconhecido

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Fora Arruda X: Violência policial

O vídeo a seguri mostra a cena em que um anifestante foi agredido e preso pelo coronel da PMDF durante a manifestação de ontem na Praça do Buriti:

Violência Policial no ato Fora Arruda from Raul Cardoso on Vimeo.



Observem como os "homens de preto" do BOPE se amontoaram em volta do manifestante, como se o mesmo fosse um bandido perigoso.

Enquanto no Rio de Janeiro o BOPE existe para combater o tráfico, no Distrito Federal existe para a repressão dos cidadãos.

VERGONHA NACIONAL!!!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

FORA ARRUDA IX: Violência desmedida

Enquanto manifestantes protestavam de forma pacífica na Praça do Buriti, em frente ao palácio de mesmo nome e sede do Governo do Distrito Federal (GDF), a Polícia Militar usou de extrema violência e truculência contra os manifestantes quando os mesmos passaram a ocupar pistas do Eixo Monumental. Usando de meios completamente desproporcionais como cavalaria, bombas de gás, balas de borracha e até mesmo o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), a PMDF reprimiu burta e violentamente a manifestação pacífica que pedia o impeachment do governador Arruda e a moralização da política no Distrito Federal.

Veja as imagens e os vídeos da violênica desmedida contra cidadãos comuns:


Polícia montada avança sobre manifestante


Foto e vídeos da repressão: http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=2745


Brasília, 09 de dezembro (dia mundial do comabate à corrupção) de 2009




FORA ARRUDA VIII: Charge II

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

FORA ARRUDA VI: Funk da Caixa de Pandora

"Chega de tanta mentira,
de tanta enganação
O povo já não aguenta
falso político ladrão.
Bota dinheiro na meia,
também bota na cueca.
Ainda diz que é cristão,
isso é o falso profeta.
Enquanto o povo reclama,
tem gente saindo fora.
A Federal investiga,
é a Caixa de Pandora.
Eles dizem que o dinheiro
É pra comprar panetone
E a saúde piorando
Pobre morrendo de fome.
Escândalos e denúncias
Nos deixam envergonhados.
Não dá pra viver assim
Não dá pra ficar calado.
Precisamos ir pra rua
Pra ver se essa história muda
Todos de cara pintada
Gritando 'Fora Arruda'".

Autoria: MC Paulada

FORA ARRUDA V: Arruda e o PDOT - tiro no pé subornado

3/12/2009 - 06h20

Mensalão de Arruda atropela meio ambiente

"O PDOT é um verdadeiro tiro no pé dos habitantes de Brasília e uma mina de ouro para empresários, governantes e oportunistas"

A grave crise política que se instalou na capital federal desde a semana passada revela como os interesses e as ambições de particulares estão desqualificando a qualidade de vida da população. O inquérito da Operação Caixa de Pandora da Polícia Federal sobre o esquema de corrupção envolvendo a alta cúpula do governo do Distrito Federal faz um breve relato sobre o jogo de interesses de construtoras e empresários do setor imobiliário na aprovação do Plano Diretor de Ordenamento Territorial do DF (PDOT), um projeto – hoje lei – anômalo do ponto de vista ambiental.

O PDOT é um instrumento utilizado para organizar a ocupação nas cidades. Por ele, se define para onde é possível expandir a ocupação urbana, quais lugares não podem ser habitados por terem recursos naturais fundamentais, quais os pontos em que serão necessárias áreas de preservação para melhor gerir a vida nas cidades, e outras decisões estratégicas para manter uma melhor qualidade de vida para os moradores.

No documento da PF, Durval Barbosa, o mentor do escândalo, relata que Marcelo Carvalho, diretor do Grupo Empresarial Paulo Octávio (grupo do vice-governador, empresário do setor da construção e imobiliário), “foi um dos responsáveis pela distribuição dos valores arrecadados para pagamento de deputados distritais em razão da aprovação do Plano Diretor de Ordenamento Territorial do DF”. Durval reforça que “o dinheiro era arrecadado entre as empresas que se beneficiaram com a aprovação do novo PDOT”.

A informação tem passado batida pela imprensa, muito provavelmente por falta de interesse (entre aspas) da mídia local e por ausência de conhecimento mais aprofundado sobre o assunto por parte da imprensa de outros estados. A questão é que o PDOT é um verdadeiro tiro no pé dos habitantes do Distrito Federal e arredores e uma mina de ouro para empresários, governantes e oportunistas do setor da construção civil e imobiliário. Uma herança que vem de governos anteriores, agravada pela gestão do ex-governador Joaquim Roriz, que tem muita culpa no cartório.

O PDOT foi aprovado pelos deputados distritais da Câmara Legislativa do Distrito Federal em dezembro do ano passado. Entre os distritais, estavam os quatro diretamente acusados de receber propina para aprovar matérias de interesse do Executivo local. Um deles, o presidente, agora licenciado, da Câmara, Leonardo Prudente, aquele que aparece em vídeo colocando dinheiro na meia, na época líder do governo. Outra, a deputada Eurides Brito, aquela que fecha a porta para receber bolos de dinheiro, também mostrado em vídeo. Eurides, inclusive, foi uma das relatoras do projeto do PDOT.

Foi ela quem deixou claro que a Câmara Legislativa ignoraria os questionamentos do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) sobre o PDOT (Leia a recomendação do MP). Em março deste ano, quando os apontamentos do MP foram feitos, Eurides disse que descartaria qualquer possibilidade de alguma emenda aprovada pelos distritais não constar na redação final do PDOT. Assim o fez. Na ocasião, a deputada explicou que a redação final havia sido preparada com “todos os cuidados”.

E que cuidados foram esses? Os distritais tiveram o cuidado de desconsiderar um alerta feito pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram), órgão do governo do DF, e da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), responsável pelo abastecimento de água da cidade. O alerta prevê escassez de água na região nas próximas décadas, caso as áreas previstas para expansão urbana no PDOT forem consolidadas. O alvo maior de críticas é o Setor Habitacional Catetinho, a ser construído em uma Área de Proteção de Mananciais (APM), com até 25 mil moradias.

Tomaram o cuidado também de transformar áreas rurais em área urbana sem considerar a capacidade de suporte e integridade dos ecossistemas naturais de cada localidade. Ao transformar a área rural em urbana, intensifica-se o povoamento local, aumentando o impacto humano, a quantidade de água utilizada, a deposição de lixo, o volume de esgoto, etc. Uma dessas áreas está localizada na reserva ambiental do Tororó, às margens da DF-140, onde estão construindo um condomínio de luxo da linha Alphaville.

Os deputados tiveram, na verdade, o cuidado de aprovar a construção de vários novos condomínios para a classe alta e média alta, ignorando que o déficit habitacional brasileiro está nas classes baixa e média baixa. Cuidaram também para dar a devida publicidade ao texto do PDOT. Realizaram 12 audiências públicas e três seminários sobre o plano diretor e, para o texto final, desconsideram as vozes contrárias e sumariamente aprovaram o projeto sem que a população conhecesse o texto final.

Os distritais tiveram ainda a sensibilidade apurada para descartar os pareceres de entidades ambientais, que explicitaram que não há necessidade de criar novas áreas de expansão urbana no Distrito Federal. Segundo estudo feito por Mônica Veríssimo, da Fundação SD – Sustentabilidade e Desenvolvimento, há no DF espaço urbano suficiente para abarcar o crescimento populacional dos próximos 12 anos. (Leia o parecer da fundação sobre os problemas do PDOT)

A população do DF e entorno soma cerca de 4 milhões de habitantes, com crescimento em razão de 100 mil pessoas por ano – uma das maiores taxas de crescimento populacional do país. Brasília se localiza no coração do DF e junto com Taguatinga, cidade-satélite da capital, concentra 80% dos postos de trabalho da região. Estima-se que 55% da economia local seja sustentada pelo funcionalismo público. Isso explica porque em meio à recente crise financeira mundial, o mercado de luxo em Brasília tenha crescido 20%.

Esse perfil de boa parte dos consumidores da capital, característica advinda do serviço público, também explica, em parte, a estratégia ambiciosa do setor da construção civil e imobiliário no DF. Não há crise, então empresas como JC Gontijo, cujo presidente é citado nos autos do inquérito, se aproveitam de uma renda estável para parcelar o DF, com lucro garantido. A preços exorbitantes vendem uma quitinete na planta por meio milhão, em um bairro que está sendo construído em área que era reserva indígena (Setor Noroeste).





É muito imprudência e sujeira para uma única Caixa de Pandora. Brasília está à venda sem consentimento da população. Os argumentos técnicos para desqualificar o PDOT já estavam explícitos, faltava apenas um escorregão dos grandes para evidenciar o esquema político/empresarial por trás da aprovação de tal anomalia. Portanto, o PDOT tem que ser anulado, total ou parcialmente, por ser um impacto ambiental, urbano, patrimonial e cultural de dimensões calamitosas.

O Ministério Público deve aproveitar a conjuntura e entrar com uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) no Supremo para derrubar esse plano diretor. Como alertou Mônica Veríssimo, “o PDOT é uma peça-chave para a questão de toda essa roubalheira do governo Arruda”. A União também não pode se esquivar dessa responsabilidade. O Distrito Federal está dentro da APA do Planalto Central (Área de Proteção Ambiental), que é área da União.

Diante de tudo isso, para os que ainda conseguem acreditar no futuro, deixo um pouco de esperança no fundo dessa Caixa de Pandora. Termino esse artigo citando versos do idealizador de Brasília, JK (Juscelino Kubitschek), nos tempos em que essa terra ainda não estava concretizada: “Deste Planalto Central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada com fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino”.

Saiba mais sobre a aprovação do PDOT

Gilmar Mendes libera sanção de polêmico projeto de Arruda - 25/4/2009

Parlamentares publicam manifesto contra Pdot do DF - 21/12/2008

Emenda ao Pdot do DF garante lote de graça para servidores - 20/12/2008

Lideranças do DF declaram guerra ao PDOT - 16/12/2008

Criação de setor que ameaça água do DF é aprovada - 15/12/2008

Plano Diretor de Arruda é aprovado em definitivo - 13/12/2008

Arruda ignorou laudo ambiental do presidente do Ibram - 12/12/2008

Arruda aprova projeto que ameaça abastecimento do DF - 12/12/2008

Sem apoio, Arruda adia discussão sobre novo plano diretor - 18/11/2008

O novo plano de Arruda - 17/11/2008



--
“Outro mundo não só é possível, como já está a caminho.
Provavelmente muitos de nós não estaremos aqui para saudá-lo,
mas num dia silencioso, se escuto cuidadosamente,
posso ouví-lo respirar.” (Arundhati Roy)
"Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição..."

FORA ARRUDA IV: O novo rei de Brasília

FORA ARRUDA III: Deus nos Arruda!

Em Brasília está um "Deus nos Arruda"!

O Arruda é governador do DF: Detrito Federal! Filmaram ele pegando propina, um maço de dinheiro! DEM também quer dizer: Deu Em Merda. Aí ele diz que era para distribuir panetone. Dava pra comprar a Bauducco! Panetone sabor chulé!

Temos um panetone para mostrar:



Depois disso ninguém vai mais querer usar folha de arruda: não vai dar sorte, vai dar um azar...

Temos um flagrante do Rodrigo Maia, presidente do Deu Em Merda:


Aquele político que escondeu dinheiro na meia, o Leonardo Prudente, é autor de uma lei chamada "Nota Legal". Só se for a de cem, né? Rarará. Olha a prova aí:


Agora em Brasília assaltante não fala mais "mãos ao alto". Agora é "meias pra baixo". Rarará.

E o DEM mudou de nome de novo: agora vai ser RECEBEM. Rarará.

A frase do dia, que resume tudo o que acontece na política: "O DEM leva na meia, o PT leva na cueca e o povo leva no rabo". Rarará.

E agora uma charge que explica essa mudança da cueca pra meia, na hora de guardar o dinheiro. E outra que fala mais do Arruda com o "paineltone", olha aí:



O próximo vídeo que devia aparecer era de uma gostosona guardando o dinheiro no cofrinho! Rarará.

E olha mais uma charge aí:



domingo, 29 de novembro de 2009

FORA ARRUDA: DCE-UnB: Nota pública sobre Caso Arruda

Divulguem, repassem e participem!

#FORAARRUDA!


Disponível em: http://docs.google.com/View?id=dgmwwgc_58h45znpdd

Nota pública sobre Caso Arruda

O Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães da
Universidade de Brasília, entidade representativa dos mais de 30 mil
estudantes da UnB, vem a público expressar seu posicionamento sobre o
caso de corrupção no governo Arruda e convida outras entidades
estudantis, movimentos sociais de todos os segmentos, e principalmente
a toda sociedade brasiliense para que se pronunciem em defesa do
Distrito Federal.

Nós, entidades abaixo assinadas, consideramos a situação do
governador insustentável. O inquérito da operação "Caixa de Pandora",
da Polícia Federal possui diversas acusações, inclusive contando com
vídeos e gravações contundentes, atingindo toda a cúpula da política
distrital. Por isso, viemos a público exigindo a saída e o IMPEACHMENT
definitivo de todos envolvidos.

O esquema de Arruda é classificado pelo Ministério Público
Federal como uma “quadrilha”, cujo líder era Arruda e que recebia 40%
de tudo que era desviado das licitações. Mas o escândalo é muito maior
do que uma ação individual de José Roberto Arruda.

Tais denúncias evidenciam que a corrupção é sistêmica no governo
comandado por José Roberto Arruda, envolvendo não somente seu vice,
Paulo Octávio,mas também o Presidente da Câmara Legislativa, deputados
distritais e secretários. Por isso, defendemos o afastamento imediato
de todos os envolvidos, a fim de garantir a lisura das investigações.

É preciso lembrar que José Roberto Arruda foi também o pivô do
escândalo dos painéis do Senado, mesmo após ter jurado pela própria
família que era inocente. Dias depois de chorar no Plenário,
renunciou. O povo brasiliense não vai, mais uma vez, deixar impune os
envolvidos em corrupção.

Fora Arruda!
#FORAARRUDA


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As entidades interessadas em assinar essa nota e participarem desse
movimento mande um e-mail para dce@unb.br

www.dce.unb.br
www.twitter.com/DCEUnB
Telefones: 31076302
Contatos: 92496561 - 81183003 - 81228335

--
Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães da UnB
Gestão Pra Fazer Diferente
(61) 3107-6302
www.dce.unb.br
dce@unb.br
twitter.com/dceunb
Campus Universitário Darcy Ribeiro, Gleba A, ICC Norte
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CEP: 70910-900

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O Muro e os 20 anos de sua queda...

"On the day the wall came down
They threw the locks onto the ground
And with glasses high we raised a cry for freedom had arrived

On the day the wall came down
The Ship of Fools had finally run aground
Promises lit up the night like paper doves in flight

I dreamed you had left my side
No warmth, not even pride remained
And even though you needed me
It was clear that I could not do a thing for you

Now life devalues day by day
As friends and neighbours turn away
And there's a change that, even with regret, cannot be undone

Now frontiers shift like desert sands
While nations wash their bloodied hands
Of loyalty, of history, in shades of gray

I woke to the sound of drums
The music played, the morning sun streamed in
I turned and I looked at you
And all but the bitted residue slipped away...slipped away
"

A Great Day for Freedom, Pink Floyd (1994)

Há exatos 20 anos, caia o símbolo de uma era. O Muro de Berlim foi muito mais que a separação física dos dois lados de Berlim, foi a encarnação do que ficou conhecido como "Guerra Fria". A mais concreta expressão da chamada Cortina de Ferro, que por décadas separou o continente europeu em dois mundos antagônicos, criou dois mundos paralelos, que se olhavam, mas não se tocavam. Hoje, alemães e pessoas do mundo todo comemoraram este grande dia para a liberdade, pois a queda do muro representou muito mais que a derrubada de uma parede de concreto. Representou o fim de uma era e o começo de outra! Foi um dia para se celebrar o reencontro entre familiares e amigos, um dia para celebrar a união, o respeito e a liberdade!

Infelizmente, 20 anos após a queda deste símbolo, a união e a liberdade que sua queda representaram aparentemente não saíram da Europa. Basta um olhar um pouco mais atento para além dos limites de Berlim para perceber que muitos outros muros (sejam eles concretos ou simbólicos) continuam a dividir e a segregar nações e seres humanos em todo o globo.

Na Palestina, o imenso contrate entre dois povos, um com tudo e outro com quase nada, se materializa de forma terrivelmente semelhante ao muro que caiu em 1989. Ali, palestinos e israelenses continuam vivendo de forma bastante semelhante (talvez até pior!) que as Europas Ocidental e Oriental viviam durante a Guerra Fria. E, infelizmente, os muros da Palestina (tanto os concretos quanto os simbólicos) apenas crescem em tamanho e extensão...

Na fronteira sul dos Estados Unidos ("terra dos livres e lar dos bravos"), os ditos defensores da paz e da liberdade negam esta última a seus vizinhos do México, construindo também barreiras quase intransponíveis para separar-se da "gentalha latino-americana", como a antiga Muralha de Adriano dividia a Grã-Bretanha dos romanos da dos "bárbaros" há séculos atrás. E, ironicamente, os mesmos EUA vêm propor acordos de livre-comércio ao México e ao mundo!

Na própria Europa, que hoje se mostra para o mundo como símbolo de união, novos muros estão se erguendo. Estes, porém, não são feitos de concreto nem podem ser facilmente vistos. Hoje, a Europa cria barreiras a qualquer um que seja "indesejável" à riqueza e à prosperidade de sua União (que ainda se diz democrática!). Basta observar a segregação sofrida por turcos e demais imigrantes árabes, africanos e mesmo latino-americanos que lá vivem. Prosperidade, liberdade, democracia? Somente para os europeus! Aos demais, o muro!

Mas não pense que isso é um fenômeno externo, coisa do estrangeiro. Não. Existem muros dentro da terra da "democracia racial" tupiniquim também! E não são muros simbólicos, mas muros de verdade, feitos de concreto. E não estão localizados em cantos distantes e esquecidos deste nosso Brasil, mas no meio de nosso maior cartão postal: a "cidade maravilhosa" do Rio de Janeiro. Cada vez mais o Rio se divide em dois: o das novelas e os das favelas. Para uns o luxo, para outros o lixo! É o que acontece hoje na cidade que tem braços abertos em seu maior cartão postal enquanto mais e mais muros separam as favelas pobres do resto do Rio de Janeiro.

Estes são apenas amostras dos vários muros que existem em nosso mundo. O mundo da "nova ordem mundial", como celebrado por muitos, que em vez de paz, liberdade e democracia, está cheio de guerra, opressão, miséria e desigualdades por todos os lados. Em alguns aspectos, o mundo de hoje se parece bastante com o de 1989 (ou mesmo de 1945).

Celebremos a queda do Muro! E preparemo-nos para a derrubada dos demais...

Luiz Gustavo Aversa Franco
Brasília, 09 de novembro de 2009

sábado, 10 de outubro de 2009

AS MAIS PITORESCAS FORMAS DE ASSALTO... no Brasil.


Assaltante Paraibano

Ei, bichim...
Isso é um assalto...
Arriba os braços e num se bula,
Num faça munganga...
Arrebola o dinheiro no mato e não faça pantim,
Se não enfio a peixeira no teu bucho e boto teus bofe pra fora ...
Perdão meu Padim Ciço, mas é que eu tô com uma fome da moléstia.


Assaltante Baiano

Ô meu rei... ( pausa)
Isso é um assalto... ( longa pausa )
Levanta os braços, mas não se avexe não...( outra pausa )
Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado ..
Vai passando a grana, bem devagarinho ( pausa pra pausa )
Num repara se o berro está sem bala,
Mas é pra não ficar muito pesado.
Não esquenta, meu irmãozinho, ( pausa)
Vou deixar teus documentos na encruzilhada ...


Assaltante Mineiro

Ô sô, prestenção ...
Isso é um assarto, uai.
Levanta os braço e fica quetin
quêssetrem na minha mão tá cheio de bala...
Mió passá logo os trocados que eu num tô bão hoje
Vai andando, uai ! Tá esperando o quê, uai !!


Assaltante Carioca

Seguiiiinntche, cara...
Tu tá ferrado. Isso é um assalto ...
Passa a grana e levanta os braços rapá ...
Não fica de bobeira que eu atiro muito....
Vai andando e se olhar pra traz vira presunto ...


Assaltante Paulista

Ôoo, meu, tá ligado...
Isso é um assalto, meu
Alevanta os braços, meu ...
Passa a grana logo, meu .
Mais rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta
Pacomprar o ingresso do jogo do Curintia, meu ...
Pô, se manda, meu ...


Assaltante Gaucho

O gurí, ficas atento ...
Báh, isso é um assalto .
Levanta os braços e te aquieta, tchê !
Não tentes nada e cuidado que esse facão corta uma barbaridade,tchê.
Passa as pilas prá cá ! E te manda a la cria,
senão o quarenta e quatro fala.


Assaltante de Brasília

Companheiros e companheiras. Querido povo brasileiro, estou aqui no horário nobre da TV para dizer que no final do mês, aumentaremos as seguintes tarifas: Energia, Água, Esgoto, Gás, passagem de ônibus, Imposto de renda, licenciamento de veículos, Seguro Obrigatório, Gasolina, Álcool, IPTU, IPVA, IPI, CMS, PIS, COFINS...
Mas não se preocupem: Somos PENTA!!!

PS: O "assaltante de Brasília" provavelmente veio de algum outro estado que não o DF!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

65 anos do Primeiro Tiro da Artilharia Brasileira


65 anos do Primeiro Tiro da Artilharia Brasileira 1944 - 2009
16 de setembro de 1944. Eram exatamente 14h 22min quando foi
lançado contra o inimigo nazista o primeiro tiro jamais disparado
pela artilharia brasileira fora do continente sul-americano, nos
contrafortes dos Apeninos.
No sopé do Monte Bastione um vento gelado já prenunciava os
rigores do inverno que vinha chegando. Era um sábado que traria a
Vitória para a democracia. Uma pesada barragem de fogo contra as
tropas alemãs iniciou a resposta às agressões sofridas pelo
Brasil, com a perda de mais de mil vidas nos torpedeamentos.
Decorridos 65 anos, quatro dos quarenta oficiais do 2°. Grupo de
Obuses 105 da FEB ainda estão entre nós. Apenas 2 puderam
comparecer, o Tenente Coronel MARIO RAPHAEL VANUTELLI veio
especialmente de Brasília para a comemoração, encontrando um amigo
de longa data, o Major Marcos Galper, quase um irmão, apos incríveis
80 anos de convivência.
Outros Veteranos como o Coronel Salli Szajnferber, que participou da
operação que culminou na captura da 148ª. Divisão de Infantaria
alemã, e da Divisão Bersaglieri Itália, fazendo mais de 20 mil
prisioneiros, inclusive 2 generais, Otto Freter Pico e Mario Carloni;
Tenente da Marinha Melchisedech Affonso de Carvalho, era um jovem
marinheiro, navegando em comboios protegendo os navios do Loide,
Tenente Candinho, do Sampaio, Major Elza, Enfermeira da FEB, Veterano
Oscar, e mas alguns poucos.
A reunião aconteceu no Grupo Monte Bastione - 21°. Grupo de
Artilharia de Campanha, aquartelado no Forte Barão do Rio Brando em
Jurujuba, Niterói, sucessor do 2°. GO 105 FEBiano, por sua vez
herdeiro de uma das nossas mais antigas e tradicionais unidades, o
Corpo de Artilharia do Rio de Janeiro, criado por Carta Régia de Dom
João V em 1736, para guarnecer as fortalezas que defendiam a Baia da
Guanabara.
O ponto alto do evento foi a reconstituição do Primeiro Tiro por
uma guarnição usando fardas da época, e que exatamente as 14h
22min executou o disparo com a mesma peça de 105 mm original, ainda
tracionada pela mesma viatura histórica GMC modelo 1942.
Em seguida a tropa desfilou diante do palanque onde estavam altas
autoridades militares. A frente vinha o contingente de Veteranos,
todos com mais de 80 anos, comandado pelo Tenente Dalvaro Oliveira,
sobrevivente de 2 naufrágios com intervalo de 6 horas.
Logo em seguida vinham o Major Marcos Galper e a Major Enfermeira
Elza Cansanção Medeiros, que utilizaram cadeira de rodas.
O Major Galper foi conduzido pelo seu filho Marcio, também ex-aluno
do CPOR/RJ, da Turma de 1976 de Artilharia, 35 anos depois que seu pai
concluiu o mesmo curso no antigo CPOR de São Cristóvão, ao lado da
Quinta da Boa Vista, em 1942. Marcio reencontrou no palanque seu
antigo comandante na Fortaleza de São João, Cel Renato Ribeiro da
Silva.
Em plena Segunda Guerra Mundial, as elites estudantis de colégios
como o Pedro II e de faculdades como a Escola Polytechnica tinham
orgulho patriótico em cursar o CPOR. Galper e Vanuttelli eram
vizinhos nas ruas Paissandu e Ipiranga, cursaram o Pedro II e o
CPOR/RJ.
Há 55 anos o Dr Akerman salvou Vanuttelli da febre das trincheiras.
Hoje, aos 91 anos pronunciou com voz firme os mesmos comandos passados
via radio da Central de Tiro para a peça diretriz, há 65 anos:
? Bateria, Atenção, Concentração !!! ? ? Explosiva Carga
5 Espoleta Instantânea ! ? ? Centro por um bateria por meia
dúzia ! ? ? Deriva 2800 elevação 357 ! ? ? Fogo !!! ?
Exatos 14h 22min. A fumaça branca se dispersa levada pelo vento da
baia. A tropa se prepara para o desfile.
Os velhos artilheiros pensam nos irmãos de armas não mais aqui
presentes, e aqueles que não voltaram. Não existe consolo, mas suas
almas se elevaram pela certeza de que um mundo melhor passaria a
existir.
A solenidade terminou. Os Veteranos retornam para casa, a esperança
de no próximo ano estarem juntos mais uma vez,
Peça Atirou !!!
Ma Force d'en Haut

Minha Força Vem do Alto

Brasão d´Armas do Marechal Mallet

Patrono da Artilharia Brasileira


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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS VETERANOS DA FEB


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Casa da FEB - Rua das Marrecas, 35 - Lapa - Rio de Janeiro - RJ
20031-040 - BRASIL

Tel e FAX: 021 - 2532-1933 Tel: 2262-3609

Atendimento ao Público: TER e QUI de 13 - 17 h

SEG e QUA apenas recebimento de correspondencia de 13 - 16 h sem
atendimento ao público

www.veteranos.org.br anvfeb@uol.com.br

Museu, Arquivos e Biblioteca em reforma - sem acesso ao publico até
novo aviso.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Segurança e soberania na América do Sul




Controvérsias não faltam quando o assunto é política na América do Sul. A última novidade é o controverso acordo de cooperação bilateral estabelecido entre Colômbia e Estados Unidos que sobre a presença de bases militares e tropas norte-americanas em território colombiano. Um olhar desatento levaria a concluir que a Colômbia tem autonomia para firmar acordos com quem quiser e sobre o que quiser, e isso não deixa de ser verdade. Entretanto, as implicações deste tratado para os vizinhos colombianos são muitas e não são das melhores. O prejudicado aqui, no caso, não é somente o regime de Hugo Chávez na Venezuela, mas sim todos os países amazônicos, incluindo o Brasil.

Que a Colômbia é um país em guerra civil, cujo Estado não consegue manter o controle sobre boa parte do próprio território já é conhecido. Que este mesmo conflito traz implicações para os vizinhos daquele país também. Então porque a cooperação dos EUA, país que tem recursos mais que suficientes para lidar com uma questão dessas, deve ser vista com suspeita (no mínimo)?

Primeiramente, é bom lembrar que sempre que uma potência do porte dos EUA se propõe a "ajudar" alguém deve-se ter bastante cautela, pois tal "ajuda" não é oferecida por solidariedade ou por desejo político de manter a paz e a segurança na região (como discursam os diplomatas norte-americanos), mas sim por puro interesse (seja ele qual for). Nesse sentido, a presença militar dos EUA na região, hoje justificada pelo combate ao narcotráfico, pode tornar-se ponto de partida para futuras intervenções norte-americanas nos demais países da região (incluindo o Brasil).

Em segundo lugar, precisa-se analisar as próprias capacidades estratégicas e táticas das forças norte-americanas. Simplesmente por terem maiores números e melhores armas não significa necessariamente que uma intervenção dos EUA será um sucesso. Basta lembrar-se dos fracassos deste país no Vietnã, Somália e Iraque. É fato que um ator externo (como os EUA neste caso) não tem o conhecimento regional necessário para o entendimento adequado da situação. Trata-se de alguém "de fora", que não pertence a tal realidade, não podendo então compreendê-la da mesma forma que alguém "de dentro".

O que fazer então? Usar a política de não-intervenção total e deixar que a Colômbia cuide de seus próprios problemas? Claro que não.

Primeiramente porque não se trata de um problema apenas da Colômbia. Os entorpecentes traficados pelas FARC e por demais forças rebeldes na Colômbia passam por vários pontos da Amazônia, são consumidos por cidadãos de diferentes metrópoles (desde Rio de Janeiro e São Paulo até Nova Iorque e Los Angeles) além de trazer outras consequências, como comércio ilegal de armas, para a região.

Em segundo lugar, a própria conjuntura da situação a torna internacional. Boa parte da coca usada para fabricação de entorpecentes provém não da Colômbia, mas da Bolívia. As armas e munições usadas pelas FARC vêem de vários lugares do mundo (muitas, provavelmente, dos EUA), mas o mais recente fornecedor tem sido a Venezuela (muitas das armas recentemente apreendidas foram, comprovadamente, vendidas de forma legal ao exército venezuelano no passado).

Os dois parágrafos anteriores demonstram que a questão do narcotráfico na Colômbia é, na verdade, um problema sul-americano. Portanto, deveria ser resolvido no âmbito regional da América do Sul, não por atores externos distantes como os EUA. No âmbito multilateral, as cúpulas da UNASUL têm presenciado tal discussão, porém, poucos resultados concretos têm sido alcançados. Em vista da gravidade da situação, tal questão deveria ser colocada como prioritária na agenda desta recém ativada organização. Porém, se o Mercosul, que já data de quase vinte anos e possui apenas quatro Estados-membros, não conseguiu sequer estabelecer tratados de comércio significativos com atores internacionais externos, quiçá uma organização composta por todos os Estados da América do Sul, que incluem Estados tão divergentes e contrários como Colômbia e Venezuela. Sem dúvida, regionalismo não é o forte dos países sul-americanos.

Se a questão não é resolvida de forma multilateral em âmbito regional, deve ser então resolvida por meio da cooperação bilateral entre os atores do sistema. Quem então seria o mais capaz (e também o mais interessado) em tomar as rédeas da situação? O Brasil. Não se trata de discurso nacionalista de exaltação da importância nacional, mas sim de simples comprovação dos fatos.

O Brasil é o país de maior poder militar e econômico da América do Sul, além de ter em seu território a maior parte da Floresta Amazônica. Além disso, é importante observar que os entorpecentes provenientes da Colômbia vão para o mundo usando o Brasil como ponte. Passam sorrateiramente por nossas fronteiras, penetram nosso território, alcançam nossas cidades, são consumidos por nossos cidadãos e "embarcam para o exterior" em nossos portos. Portanto, a resolução da questão é de total interesse brasileiro. E o que o Brasil tem feito a respeito? Muito pouco ou quase nada.

Se é realmente intenção do Brasil firmar-se como potência internacional e líder regional, seu Estado têm demonstrado, já há algum tempo, completa inabilidade política. Primeiro, nenhuma potência que se preze deixa uma potência externa instalar suas forçar militares próxima a suas fronteiras tão facilmente (imagine se fosse a Rússia ou a China na posição do Brasil). Em segundo lugar, verdadeiros líderes regionais agem quando necessário. No caso, seria de fundamental importância a cooperação brasileira, tanto por suas capacidades materiais quanto pelos seus interesses nacionais.

Se os países africanos, tidos como incapazes e totalmente retrógrados, são capazes de se organizarem em uma organização internacional que abrange todo o continente (União Africana) e, por meio dela, gerenciar operações de paz próprias para resolver questões de paz e segurança internacional com sucesso (veja o caso da Missão Africana no Burundi - AMIB - no início da década atual), pode-se tirar duas conclusões: ou os Estados sul-americanos são os mais incapazes e desorganizados do mundo, ou faltam vontade, perspicácia e percepção a estes Estados para gerenciar seus próprios problemas por conta própria.

De uma forma ou de outra, fica claro o quanto a atuação brasileira na região está às margens de suas verdadeira capacidades e de seus interesses. Assim sendo, ou o Estado brasileiro começa a agir como deve (ou ao menos como pretende em discurso), ou em breve veremos bases com bandeiras norte-americanas instaladas às portas de nossa fronteira norte.

Luiz Gustavo Aversa Franco
Brasília, 09 de setembro de 2009

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Em tempos de crise...

Autor desconhecido. Não sei se a história é verdadeira, mas a moral da história sem dúvida o é!

Veja só como a matemática é interessante:


Maio de 2009, numa cidade litorânea do RS, muito frio e mar agitado, a cidade parece deserta.
Os habitantes, endividados e vivendo as custas de crédito. Por sorte chega um gringo rico e entra num pequeno hotel.
O mesmo saca uma nota de R$ 100,00, põe no balcão e pede para ver um quarto.
Enquanto o gringo vê o quarto, o gerente do hotel sai correndo com a nota de R$ 100,00 e vai até o açougue pagar suas dívidas com o açougueiro.
Este, pega a nota e vai até um criador de suínos a quem deve e paga tudo.
O criador, por sua vez, pega também a nota e corre ao veterinário liquidar sua dívida.
O veterinário, com a nota em mãos, vai até a zona pagar o que devia a uma prostituta (em tempos de crise essa classe também trabalha a crédito).
A prostituta sai com o dinheiro em direção ao hotel, lugar onde, as vezes, levava seus clientes e que ultimamente não havia pago pelas acomodações, e paga a conta.
Nesse momento, o gringo chega novamente ao balcão, pede a nota de volta, agradece mas diz não ser o que esperava e sai do hotel e da cidade.
Ninguém ganhou nenhum vintém, porém agora toda a cidade vive sem dívidas e começa a ver o futuro com confiança!
Moral da história: Quando circula o dinheiro, não há crise!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A Cara do Brasil - Delis Ortiz

E ainda chamam os brasilienses de corruptos...

" Outro dia, ao chegar ao Rio de Jane iro, tomei um taxi.

O motorista, jeito carioca, extrovertido, foi logo puxando papo, de olho
no retrovisor.
- A senhora é de Brasília, não é?
- Sim - respondi.
- É, eu a reconheci. E como é que a senhora aguenta conviver com
aqueles ladrões lá do Planalto Central? Não deve ser moleza.
O sujeito disparou a falar de políticos, do tanto que eles são
asquerosos, corruptos... Desfiou um rosário de adjetivos comuns à
politicagem nacional.
Brasília é o palco mais visível dessas mazelas e nem poderia
deixar de ser. Afinal, o país inteiro olha para lá. O taxista era só
mais um crítico, aparentemente atento. Ele sabia dar nomes aos bois que
pastavam tranquilamente no orçamento da união, que se espreguiçavam
impunimente sob a sombra da imunidade parlamentar ou de leis feitas em
benefício próprio. E que, de tempos em tempos, se refrescavam nas águas
eleitoreiras.
O carro seguia em alta velocidade; a distância parecia esticada.
Vi uma bandeira três disparada.
Lá pelas tantas, quando já estávamos dentro de um segundo túnel
escuro, o condutor falante sugeriu um "dia sem corrupção".
- Já pensou - disse ele - se uma vez por ano esses homens não
roubassem?
- Interessante! - a exclamação me escapou aos lábios.
- Sim - continou entusiasmado -, seria uma economia e tanto.
Nessa hora me dei conta de que estávamos percorrendo o caminho
mais longo para o meu destino. Chegava a ser irracional, a quantia de
voltas para acertar o rumo. Deixei.
- Os economistas comentam - tagalerava ele - que somos um país
rico. Não deveria existir déficit da previdência, os impostos nem
precisariam ser tão altos, o serviço público poderia ser de primeira.
O problema é que quanto mais se arrecada, mais escorre pelo ralo,
tamanha a roubalheira.
Tão observador, será que ainda se lembrava em quem tinha votado
para deputado ou senador na última eleição?
Fiz a pergunta e, depois de algum silêncio, a resposta foi não.
Pena..
Caímos num engarrafamento, cenário perfeito para aquele juiz de
plantão tecer mais comentários sobre o malfeito.
- Veja como são as coisas, os riquinhos ociosos da Zona Sul, que
deveriam pensar em quem tem pressa, acham que são donos do pedaço e vão
embicando seus carros, furando fila, costurando de uma faixa a outra,
querendo levar vantagem. A gente, que é motorista de táxi, tem que ficar
atento, porque os guardas estão de olho, qualquer coisinha eles multam.
Mas eles fazem vista grossa para as vans que transportam pessoas
ilegalmente.
Elas param onde querem, estão tomando os nossos passageiros. Como
não tem ônibus para todo mundo e táxi fica caro, muita gente prefere
ir de van.
Por falar em "caro", a interminável corrida já estava me saindo um
absurdo... Resolvi pontuar algumas coisas.
- Por que o senhor escolheu o caminho mais longo?
Ele tentou justificar:
- É que eu estava fugindo do congestionamento.
- Mas acabamos caindo no pior deles - retruquei. E por que o
senhor está usando bandeira três se não tenho bagagem no porta-malas nem
é feriado hoje? - continuei questionando.
Ele disse que estava na três para compensar a provável falta de
passageiro na volta. Claro que não, eu sabia.
Finalmente, consegui chegar ao endereço pretendido. Fiz mais um
teste com o "probo" cidadão: paguei com uma nota mais alta e pedi nota fiscal.
Ele me devolveu o troco a menos e disse que o seu talão de notas
havia acabado.
- Veja como são as coisas, seu moço - emendei. O senhor veio de
lá aqui destilando a ira de um trabalhador honesto. No entanto, se
aproveitou do fato de eu não saber andar na cidade, empurrou uma
bandeirada, andou acima da velocidade permitida, furou sinal, deu
voltas, fingiu que me deu o troco certo e diz que não tem nota fiscal!
O brasileiro esperto quis interromper, mas era a minha vez de falar.
- O senhor acha mesmo que os ladrões são aqueles que estão em
Brasília? Que diferença há entre o senhor e eles?
Eu sabia que estava correndo o risco de uma reação violenta, mas
não me contive.
Os "homens" do Planalto Central são o extrato fiel da nossa
sociedade. Quantos taxistas desse porte vemos dirigindo instituições?
Bons de discurso... Na prática...
Desembarquei com a lição latejando em mim. Quantas vezes, como
fez esse taxista, usamos espelhos apenas e retrovisor para reter
histórias alheias?
Nossas caras, tão deformadas, tão retocadas, tão disfarçadas,
onde estão? Onde as escondemos que não aparecem no espelho?
Sem a verdade que liberta, jamais estaremos livres de nós mesmos.
Ainda sonho com um Brasil de cara nova... A começar por minha
própria cara."

Delis Ortiz é jornalista, repórter especial da TV Globo, em Brasília.

domingo, 16 de agosto de 2009

Protesto estudantil no Senado Federal

AINDA HÁ ESPERANÇA NESTE PAÍS!

Veja abaixo o último protesto feito por estudantes contra o presidente do Senado, José Sarney, e toda a mesa-diretora da casa. Trata-se de um verdadeiro ato de civismo por parte dos estudantes. E também de coragem, pois os mesmos não hesitaram em dar a cara a tapa contra os truculentos e irredutíveis segurança do Senado, que rápida e brutalmente reprimiram a manifestação pacífica e democrática.

E ainda chamam o Congresso Nacional de "casa do povo"...


segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Vergonha nacional!


Depois que um deputado federal afirmou, em alto e bom tom para que todos ouvissem, que estava "se lixando" para a opinião pública, chega a vez do Senado Federal mostrar a sua verdadeira face...

E o Senado continua o mesmo...

Porque a crise do Senado, pra variar, vai dar em pizza:

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Humor negro



Hoje me lembrei de uma piada que ouvi há alguns anos. Apesar de não ser muito engraçada, acho que a crítica colocada continua válida e verdadeira:

"Joãozinho tinha 12 anos. Um dia chegou em casa pedindo ajuda do pai com o dever de casa:

-Pai, olha só, a professora pediu para que a gente fizesse uma redação explicando a relação entre as seguintes palavras: poder econômico, poder administrativo, classe trabalhadora, povo e futuro do país. Mas eu não sei nem por onde começar! Você pode me ajudar?

-Claro filho - responde o pai - Vamos tomar a nossa casa como exemplo. Eu sou o poder econômico, pois trabalho e ponho dinheiro na casa. Sua mãe é o poder administrativo, pois é ela quem vai ao supermercado e compra as coisas aqui pra casa. A Zuleide é a classe trabalhadora, pois é nossa empregada e faz todo o serviço aqui. Você é o povo, porque temos que atender às suas reivindicações. O seu irmão Paulinho, por fim, é o futuro do país, porque só tem 6 meses, ainda é muito pequeno e precisa de cuidado. Entendeu?

-Hum ... não - diz menino - mas pode deixar que vou ver se consigo pensar em alguma coisa até amanhã...

Durante à noite, Joãozinho acorda com seu irmãozinho de 6 meses chorando com a fralda toda suja. O garoto, meio impaciente com a choradeira do irmão, vai atrás dos pais. Ao abrir a porta do quarto, vê que a mãe estava sozinha...

-Ué ... cadê o pai?

Joãozinho procurou pelo pai no banheiro, na sala, em todo lugar e não o encontrou. Quando passava pela cozinha, ouviu um barulho estranho vindo do quarto da empregada. Foi lá ver e, quando espiou pelo buraco da fechadura, viu que o pai tinha uma relação com a empregada muito mais próxima do que ele antes imaginava. Ele tentou em vão bater na porta e chamar o pai, mas é ignorado.

Depois disso, meio atormentado, Joãozinho volta para a cama, agora com uma idéia na cabeça. Na manhã seguinte encontra o pai no café da manhã:

- Bom dia filho. Conseguiu fazer o dever de casa?

- Consegui pai! Ontem de noite estava dormindo e achei a resposta...

- Sério? Qual é então?

A resposta do garoto:

Enquanto o poder administrativo dorme, o poder econômico f### a classe trabalhadora, o povo é ignorado e o futuro do país fica na m####!!!"

Autor desconhecido

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

As coisas vão mal no Brasil

As coisas vão realmente mal em nosso país. Exponho abaixo duas charges de Maurício Ricardo publicadas no site Charges.com sobre a deprimente situação política brasileira e sobre os efeitos da Gripe A. Por mais que sejam críticas bem humoradas e precisas, são típicos casos de piadas do tipo "rir para não chorar".

Cotidiano - Na ilha do Sarney ...



Cotidiano - Pronunciamento do Ministro



Muitas coisas se vêem no Brasil, menos ordem e progresso...

sexta-feira, 10 de julho de 2009

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Recessão leva 90 milhões de pessoas à extrema pobreza, diz ONU

Reuters - 06/07/2009 10:32

REUTERS // REUTERS

Por Robert Evans

GENEBRA (Reuters) - A recessão econômica reverteu 20 anos de declínio da pobreza mundial e deve colocar em 2009 mais 90 milhões de pessoas no ranking dos que passam fome no planeta, um aumento de seis por cento em relação aos dados atuais, informou a ONU nesta segunda-feira.

A estimativa, apresentada num relatório sombrio sobre um programa desenvolvido há dez anos pela ONU para conduzir países pobres ao desenvolvimento até 2015, indica que 17 por cento dos 6,8 bilhões de habitantes do mundo estarão classificados como extremamente pobres no fim de 2009.

"Em 2009, entre 55 a 90 milhões de pessoas a mais do que o previsto antes da crise estarão vivendo em extrema pobreza", diz o relatório, apresentado em Genebra pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon.

Intitulado "Relatório de Metas de Desenvolvimento do Milênio", o documento também alerta que o recente declínio na ajuda externa -- apesar das promessas de países ricos de aumentar o fluxo de recursos -- provavelmente vai causar mais doenças e agitação social no hemisfério sul.

Em um discurso no Conselho Econômico e Social da ONU (Ecosoc, na sigla em inglês), Ban fez um apelo às nações industrializadas do Grupo dos Oito para que aumentem a ajuda, especialmente para a África, no próximo ano, dizendo que as promessas feitas por eles anteriormente ficaram aquém do anunciado.

"Faço um chamado ao G8 para explicitar, país por país, como os doadores ampliarão a ajuda à África no próximo ano", disse Ban em um discurso voltado para o encontro do G8 entre 8 e 10 de julho, em Aquila, cidade no centro da Itália, do qual ele participará.

"A credibilidade do sistema internacional depende de quanto os doadores aportarão", acrescentou. "A decência humana e a solidariedade mundial exige que nos unamos pelos pobres e os mais vulneráveis entre nós", afirmou Ban, em outra reunião, mais tarde.

Em uma cúpula na Escócia, em 2005, líderes do G8 prometeram elevar a assistência aos países em desenvolvimento a cerca de 50 bilhões de dólares até 2010, da qual metade iria para a África. Mas a ajuda continuou sendo de pelo menos 20 bilhões de dólares a menos do que a meta fixada em Gleneagles, na Escócia, disse ele.

Os recursos poderiam ajudar a mudar muitas vidas, mas o atraso na entrega combinado às mudanças climáticas e à crise financeira estão reduzindo o progresso nos países pobres, afirmou Ban no início de três semanas de reuniões do Ecosoc, em Genebra.

As pessoas que vivem na pobreza -- definida pela ONU como as que têm rendimentos de menos de 1,25 dólares por dia - já sofreram bastante com a crise financeira e econômica nos últimos dois anos.

De acordo com dados da ONU, em 1990 a proporção de pessoas que passavam fome era de 20 por cento da população mundial, mas em 2005 caíra para 16 por cento -- número que refletiu o aumento da prosperidade, especialmente na Ásia, estimulada pela expansão do comércio mundial.

A reversão começou em 2008, em parte como consequência do aumento dos preços dos alimentos no mundo, diz o relatório. Embora o custo dos produtos básicos tenha voltado a cair por volta do fim do ano passado, isso não tornou os alimentos mais acessíveis para a maioria das pessoas no mundo.

(Reportagem adicional de Stephanie Nebehay e Laura MacInnis)

Fonte: http://noticias.br.msn.com/artigo.aspx?cp-documentid=20661020

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Pobres trabalham o dobro para pagar impostos

Quem ganha até 2 salários mínimos dedica 197 dias do ano para contribuições. Entre os que recebem mais de 30 salários mínimos, são 106 dias

Quem ganha menos no Brasil sofre mais com o peso dos tributos. Essa é uma das principais conclusões do estudo "Receita pública: quem paga e como se gasta no Brasil", divulgado na tarde desta terça-feira, dia 30, no Ipea. O texto, integrante do Comunicado da Presidência do Ipea nº 22, é dividido em três partes. A primeira, inédita, mostra o impacto da Carga Tributária Bruta (CTB) do ponto de vista funcional. A segunda, do ponto de vista do indivíduo. A terceira, por despesa pública.

A renda nacional, com base no Sistema de Contas Nacionais do IBGE, pode ser dividida em rendimento dos proprietários (empregador e conta própria) e dos não-proprietários (empregados). Entre os proprietários, a incidência de tributos corresponde a 13,6% da renda. Já entre os não-proprietários, a CTB é equivalente a 24,4% da renda. O estudo, fruto de um convênio inédito assinado em abril entre o Ipea e a Receita Federal, foi divulgado por Marcio Pochmann, presidente do Instituto. O evento teve transmissão on-line, e jornalistas puderam fazer perguntas por e-mail.

Uma constatação importante no Comunicado nº 22 é a de que os brasileiros com remuneração de até dois salários mínimos (SM) precisam trabalhar praticamente o dobro de dias daqueles com renda maior que 30 salários mínimos apenas para pagar tributos. Quem ganha até 2 SM trabalha 197 dos 365 dias do ano com o objetivo de pagar tributos. Quem recebe mais de 30 SM, por sua vez, precisa trabalhar 106 dias.

"Os não-proprietários têm uma carta tributária bruta 78,1% superior à dos proprietários", explicou Pochmann. De acordo com o estudo, quem recebe até cinco salários mínimos tem carga tributária superior à média do País. Comentando a situação dos que possuem rendimento de até 2 SM, o presidente do Ipea ressaltou: "Mais da metade do que ele recebe é transferido para os cofres públicos, do ponto de vista bruto. Temos um enorme diferencial. Quem tem menos dinheiro paga mais imposto no Brasil".

Destino da arrecadação

O estudo divulgado pelo Ipea revela ainda onde são empregados os tributos arrecadados pela União. O texto destaca a previdência social, os juros, a educação e a saúde como os principais destinos dos recursos obtidos com tributos. Apenas aposentadorias e pensões urbanas, por exemplo, consomem 4,53% do PIB e 16,5 dias de trabalho do contribuinte. O programa Bolsa Família, que em 2008 beneficiou 11,6 milhões de famílias, é mantido por 0,38% do PIB e 1,4 dia de contribuição.

José Aparecido Ribeiro, técnico do Ipea, lembrou que é preciso avançar na "educação fiscal" da população, para ela ter mais consciência do quanto paga e do destino desses tributos. Pochmann concluiu que a parcela mais pobre dos brasileiros é também a mais impactada pela arrecadação porque há "forte presença de impostos indiretos" no Brasil. Essa parte da população destina grande parte de sua renda para itens muito tributados, como alimentação, habitação e transporte.

Fonte: IPEA

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Uma luta pela liberdade: Apoio à Revolução Verde no Irã

Uma imagem vale mil palavras. Quantas palavras valerá então um vídeo (ainda mais um filmado em ambiente de repressão)?



O vídeo acima mostra a realidade do Irã. Um povo que luta pela sua liberdade e pelos seus direitos. Um povo que luta por uma causa justa. Um povo que luta contra a opressão e a desonestidade de seus governantes. Tal luta somente pode ser uma luta justa, digna do apoio de todos aqueles que se dizem defensores da liberdade e da democracia!

Apoiar os movimentos pró-democracia no Irã não é simplesmente uma atitude política, é uma atitude humana! Uma atitude de solidariedade para com a dor e o sofrimento dos demais, mesmo aqueles que se encontram em lugares tão distantes. Independentemente de gênero, etnia, religião ou ideologia, é direito nato de todo e qualquer ser humano a liberdade. A liberdade de se expressar, de agir segundo sua consciência, de seguir a sua crença. Quem nega o direito de liberdade a um ser humano nega-lhe a sua própria condição humana, pois todos são livres desde seu primeiro suspiro, e devem assim permanecer até seu último sopro de vida.

Os iranianos estão lutando por sua liberdade. Não somente pela liberdade de escolher seus líderes, mas pela liberdade de se expressar, pela liberdade de terem suas opiniões consideradas, quaisquer sejam elas. Apoiar essa luta não é simplesmente contrariar o regime vigente. Apoiar essa luta é mostrar solidariedade com aqueles que são seres humanos como nós, que possuem os mesmos direitos que nós! É também mostrar respeito por nossos antepassados, que independentemente do "onde" ou do "quando", lutaram por sua (e consequentemente por nossa) liberdade em algum momento, assim como os iranianos o fazem hoje.

Quem compartilhar desse sentimento, diga alto e em bom som:

EU APÓIO A REVOLUÇÃO VERDE NO IRÃ!!!

LIBERDADE! SEMPRE!!

Luiz Gustavo Aversa Franco
18 de junho de 2009 - Brasília, DF

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Milhares de pessoas congestionam telefone de Lula pedindo veto à venda da Amazônia

NAS ÚLTIMAS 24 HORAS MAIS DE 14.000 PESSOAS LIGARAM PARA O GABINETE DA PRESIDÊNCIA PARA PROTESTAR A MP 458 - MP DA GRILAGEM



Votada na semana passada pelo Senado a Medida Provisória 458, também conhecida com a MP da Grilagem, irá privatizar 67 milhões de acres da Amazônia que são hoje um patrimônio da União avaliado em 70 bilhões de reais. A MP que deveria beneficiar pequenos agricultores foi alterada pela bancada Ruralista para beneficiar grandes proprietários que muitas vezes são responsáveis pelas violentas disputas de terra na região.

“Esta ação da população demonstra que há uma clara indignação dos brasileiros em permitir que a Amazônia, já absurdamente devastada, seja entregue mais ainda ao agronegócio. Os brasileiros têm orgulho da sua responsabilidade de proteger a Amazônia. A não ser que o Presidente Lula vete as provisões mais perigosas, ele estará condenando a Amazônia a especulação, desmatamento, destruição e violência” – disse Ricken Patel, Diretor Executivo da Avaaz.org, a organização civil que coordenou esta ação. .

As pessoas ligaram para o gabinete do Presidente Lula pedindo mudanças em três partes da Medida Provisória. As alterações garantiriam uma clara diferenciação entre quem são os pequenos agricultores, que realmente tem direito ao título legal das terras que ocupam; e o agronegócio que é o grande responsável pelo desmatamento e queimadas, e consequentemente por grande parte das emissões de carbono do país. As mudanças que precisam ser feitas pelo Presidente Lula são:

* Vetar os incisos II e IV do artigo 2º que permite a “ocupação e exploração indireta”. O veto aos incisos garantirá que apenas as pessoas que moram na terra tenham direito ao título legal.

* Vetar artigo 7º que permite dar títulos a empresas privadas. Somente pessoas físicas devem ter o direito de regularizar suas terras.

* Proibir a comercialização das terras por 10 anos após a regulamentação (ao invés de 3 anos como foi proposto) para evitar a especulação comercial das terras.
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AVAZZ

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Amazônia em risco

Caros amigos,

Quarta-feira passada o Senado brasileiro passou a Medida Provisória (MP) 458 que regulariza terras ocupadas de forma ilegal na Amazônia. Isso significa que 67 milhões de acres de terra da Amazônia que são hoje um patrimônio da União estimado em 70 bilhões de reais, serão privatizados. A maior parte destas terras irão parar nas mãos de grileiros, os grandes responsáveis por violentas disputas por terra e pelo desmatamento da Amazônia.

O governo brasilieiro está deixando entender que aqueles que ocupam a Amazônia de forma ilegal e violenta serão recompensados. A projeto de regularização da Amazônia não começou mal - a idéia era proteger pequenos agricultores que precisavam do título legal de suas terras. Porém, ele acabou sendo corrompido pelos interesses do poderoso agronegócio, que incluíram três provisões perigosas que concedem a eles a maior parte das terras beneficiada pelo programa.

Nós só temos até esta quarta-feira para pedir para o Presidente Lula vetar estes pontos da MP, garantindo assim a proteção da Amazônia. Somente uma mobilização coordenada e massiva de pessoas de todos os estados brasileiros poderá convencer o Presidente Lula a vetar os pontos perigosos da MP. Só dependemos de um pequeno esforço de cada um de nós – ligue para o gabinete do Presidente Lula agora mesmo e diga para ele:

1. Nós não queremos que grandes empresas se beneficiem da MP 458 pois são elas as responsáveis por grande parte do desmatamento e queimadas da Amazônia, e consequentemente pelas nossas emissões de carbono

2. Nós queremos que o Presidente diferencie pequenos agricultores de grandes proprietários, portanto pedimos uma mudança em três pontos da MP:

  • Vetar os incisos II e IV do artigo 2º que permite a “ocupação e exploração indireta”. O veto garantirá que apenas as pessoas que moram na terra tenham direito ao título legal.

  • Vetar artigo 7º que permite título à empresas privadas. Somente pessoas físicas devem ter o direito de regularizar suas terras.

  • Proibir a comercialização das terras por 10 anos após a regulamentação (ao invés de 3 anos como foi proposto) para evitar a especulação comercial das terras.

    • Gabinete do Presidente:
      (61) 3411.1200 (61) 3411.1201


Nos próximos dois dias uma grande parte da Amazônia será privatizada, dando início a um perigoso e irreversível processo de desmatamento. Enquanto o mundo todo aumenta as suas preocupações ambientais, buscando uma economia livre de carbono e um maior respeito pelos nossos recursos naturais, nós não podemos deixar que o nosso governo venda a Amazônia. Nós só temos 2 dias! Ligue para o Gabinete do Lula hoje, depois encaminhe este email para todos os seus amigos e familiares!

Depois de ligar clique no link para registrar o seu nome, para que possamos acompanhar o número de participantes desta campanha:

http://www.avaaz.org/en/nao_privatize_a_amazonia/

Com esperança,

Alice, Graziela, Ricken, Ben, Luis, Paula, Pascal, Iain, Brett, Paul, Raluca e toda a equipe Avaaz

Leia mais sobre o assunto:

Ruralistas privatizam a Amazônia:
http://www.greenpeace.org/brasil/amazonia/noticias/ruralistas-privatizam-a-amaz-n

Carta aberta da senadora Marina Silva ao presidente da República:
http://www.greenpeace.org/brasil/amazonia/noticias/carta-aberta-da-senadora-marin

MP 458: Marina Silva alerta para legalização de terras griladas:
http://www.senado.gov.br/agencia/verNoticia.aspx?codNoticia=91856&codAplicativo=2

MP 458 é prêmio ao crime de apropriação ilegal da Amazônia:
http://www.correiocidadania.com.br/content/view/2993/9/

A Amazônia na mesa do Presidente:
http://www.socioambiental.org/nsa/detalhe?id=2894

Marina resiste, Kátia defende a grilagem:
http://www.greenblog.org.br/?p=1390

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AVAAZ

domingo, 7 de junho de 2009

A hipocrisia das bombas nucleares

Nas útlimas semanas o mundo tremeu diante dos novos testes nucleares e de lançamento de mísseis por parte da Coréia do Norte. Países do mundo intero (inclusive o Brasil) têm condenado as ações do Estado Norte-Coreano e dizem que o possível desenvolvimento de armas nucleares por este Estado representa uma ameaça à segurança internacional. Qual o diagnóstico? Pura hipocrisia!

Há muito a Coréia do Norte é difamada no meio internacional. Sub-produto das disputas de influência entre EUA e URSS durante a Guerra Fria, a parte norte da península da Coréia foi a parte soviética do espólio após a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial. Hoje a Coréia do Norte é um país isolado, com pouquíssimas relações com outros países e imensamente atrasado economicamente. O programa nuclear desenvolvido pelo presidente Kim Jong-il foi a gota d'água na difamação internacional do país.

Os críticos do regime norte-coreano, dentre os quais se destacam os Estados Unidos (não importa o presidente), classificam a Coréia do Norte como um "rogue-state" (um "Estado-ladino") que desrespeita as normas do direito internacional e cuja aquisição de armamento nuclear representaria ameaça para o mundo inteiro.

Em primeiro lugar, o próprio conceito de rogue-state é uma das classificações mais arbitrárias que existem na política internacional hoje. Coincidentemente, os países classificados como rogue-states são adversários históricos dos EUA (Irã, Síria, Coréia do Norte e todos os demais integrantes do "eixo do mal" de George W. Bush). São países que se recusam a seguir as "recomendações" de Washington e constituem "ameaça à paz e à segurança internacionais" por defender os seus valores nacionais. Ora, professar o liberalismo e a economia de mercado é ótimo, mas defender o islamismo ou o comunismo é ameaça...

Mas a maior dúvida não é esta. Quando um "Estado-ladino" que mal consegue se sustentar lança alguns mísseis e detona ogivas nucleares no subterrâneo é considerado ameaça. Entretanto, esse projeto está ainda em fase embrionária. Não se sabe a capacidade real de uso da tecnologia por parte da Coréia do Norte. Enquanto isso, outros países que se dizem pacíficos dormem em cima de arsenais nucleares grandes o bastante para devastar o planeta inteiro.

Por que a Coréia do Norte com alguns testes representa um perigo tão grande e países como Israel, Índia e Paquistão nem aparecem no noticiário? Índia e Paquistão possuem cada um mais de 50 ogivas nucleares e mísseis capazes de detonar tais ogivas nas capitais do inimigo. São países que há muito lutam pelo domínio da região da Caxemira e estão em guerra constante. O que impede esses dois de dispararem seus mísseis e mandar um e o outro pelos ares? E quanto ao Estado de Israel, que possui um arsenal razoável (apesar de ninguém reconhecer oficialmente, ninguém minimante sensato duvida disso) e vive em guerra constante com seus vizinhos árabes desde a sua fundação? O que impede que Israel use dessas armas para "se defender" contra seus inimigos próximos? E, mais importante de tudo, por que esses Estados adotam as mesmas práticas armamentistas da Coréia do Norte e, mesmo assim, não são punidos ou sequer criticados?

Além do "baixo clero" das potências nucleares, vejamos os mais antigos detentores desse mecanismos de destruição. EUA, Rússia, Reino Unido, França e China foram os primeiros a desenvolver armas nucleares e mísseis, além de possuírem os maiores arsenais do mundo*. Coincidentemente, estes países, que são os 5 maiores fabricantes de armas do mundo, são também os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, cuja missão é zelar pela paz e segurança mundiais. Há algo de podre no reino das Nações Unidas...

Por fim, a maior hipocrisia de todas. Enquanto demonizam a Coréia do Norte e seus líderes, o governo dos Estados Unidos, mesmo após terem assinado o Tratado de Não-Proliferação (TNP), gastam grandes quantidades de seu orçamento no desenvolvimento de novas armas nucleares e novos mísseis para lançá-las. Os "mantenedores da paz" possuem nada menos que mais de 5 mil ogivas em seus arsenal, além de tecnologia capaz de detoná-las em qualquer lugar do mundo. Além disso, os EUA possuem uma ficha nada limpa nesse quesito. Vale a pena lembrar que os EUA são o único país a ter usado armas nucleares em situação real de conflito até hoje. Suas duas bombas atômicas lançadas no Japão vitimaram mais de 170 mil pessoas instantaneamente (sem contar as consequentes mortes pela radiação, os danos às gerações futuras e ao meio-ambiente). Enfim, com que moral vêem os Estados Unidos criticar a Coréia do Norte por desenvolver armas nucleares?!?

Deixando de lado a política e considerando apenas a matemática: qual será a maior ameaça? As menos de dez bombas norte-coreanas ou o modesto arsenal norte-americano de mais de 5 mil ogivas, mísseis balísticos inter-continentais e centenas de bombardeiros estratégicos (alguns invisíveis ao radar)? Claro que a Coréia do Norte é o perigo. Afinal, é um "Estado-ladino", não respeita o direito internacional e defende o comunismo! E os EUA? Não, eles não representam perigo pra ninguém! Afinal, são defensores do liberalismo, da economia de mercado, do livre comércio e de tudo que é bonito nesse mundo...

Caso claro do sujo falando do mal lavado (e, nesse caso, a sujeira é nuclear)!

*Quadro resumo:

País: Ogivas nucleares/Testes realizados
EUA:
5.200/1.032
Rússia: 4.138/715
França:
300/210
Reino Unido:
160/45
China:
45/45
Índia:
60/3
Paquistão:
60/2

Fonte: Reuters, Arms Control Association

Luiz Gustavo Aversa Franco
Brasília-DF, 07 de junho de 2009