terça-feira, 31 de julho de 2007

O desatre do vôo 3054 e o caos aéreo no Brasil

No dia 17 de julho de 2007, o vôo 3054 da Tam que ia de Porto Alegre à São Paulo com 186 pessoas a bordo perdeu o controle na pista do aeroporto de Congonhas e bateu no depósito da companhia aérea, provocando um incêndio e matando todos os passageiros e tripulantes a abordo, além de outras pessoas próximas ao local do acidente.
Esta foi a notícia divulgada pela mídia nos dias seguintes ao acidente. Seria uma noticia de um simples, ainda assim trágico, acidente aéreo. No entanto, o que aconteceu em Congonhas não foi um acidente, foi uma tragédia anunciada. Desde o terrível acidente do vôo 1907 em setembro do ano passado o país vive à sombra de uma crise no sistema de aviação civil. O que antes era um prazer, tornou-se um transtorno para os brasileiros, que são obrigados a tolerar atrasos sucessivos, cancelamentos de vôos, filas enormes e estresse. Mesmo assim, diante de toda a raiva e insatisfação manifestadas por passageiros cansados de tanto descaso, o Estado simplesmente dá desculpas e mentiras para o povo, fugindo de sua obrigação de zelar pela segurança e bem estar de todos que viajam de avião, e não apenas daqueles que se dizem "autoridades".
O total descaso do poder público com a crise do sistema de aviação civil brasileiro está presente nas próprias falas daqueles (que deveriam ser) responsáveis pelo setor de aviação civil. "Resolver a crise aérea é prioridade zero do governo" disse o presidente Luís Inácio Lula da Silva em 28/03/07. A ministra do turismo, Marta Suplicy deu como conselho aos que viajam de avião "relaxa e goza" em pronunciamento no dia 13/06/07. No dia 21/06/07, o ministro da fazenda, Guido Mantega, disse que não há caos aéreo e que a crise nos aeroportos é fruto da prosperidade, do crescimento de país. "O fluxo e a segurança do tráfego aéreo serão mantidos a qualquer custo" disse o ex-ministro da defesa, Waldir Pires, em 22/06/07.
Todas as falas das citadas acima são de datas anteriores ao acidente, e, mesmo assim, ele aconteceu. O poder público está fazendo algo, e é chamar o povo brasileiro de otário! O desastre do vôo 3054 não foi simples acidente aéreo, foi uma catástrofe resultado do caos que se instalou no sistema de aviação civil do país e de um governo que nada faz a respeito a não ser esquivar-se com desculpas e culpando outros. Em 16 de julho, um avião da Pantanal deslizou na pista de Congonhas durante o pouso. O presidente do sindicato do pilotos disse que o deslizamento do avião ocorreu devido à aquaplanagem, que poderia ser evitada com a presença de ranhuras na pista do aeroporto. O presidente da Infraero afirmou que não foi aquaplanagem que a ausência das ranhuras na pista não comprometia a capacidade operacional do aeroproto.
Fica laro depois do fato exposto que a tragédia do vôo 3054 poderia ter sido evitada. A atitude sensata das autoridades seria fechar o aeroporto de Congonhas depois do ocorrido no dia 16 de julho. No entanto, tal ação poderia ser ruim para imagem de alguns e foram necessárias quase duzentas mortes para que o mesmo aeroporto fosse fechado. Depois de tal tragédia, a única coisa sensata a se fazer é apurar a causa do acidente e punir os responsáveis, nem que o próprio Estado brasileiro seja um deles, e não simplesmente por a culpa no fabricante, na companhia ou no finado piloto da aeronave.
Meu objetivo com este texto é expor minha profunda insatisfação com o governo pela maneira com este tem tratado o caso do pior acidente da história da aviação brasileira.
Meus pêsames às famílias de todas as vítimas e meus parabéns aos bombeiros que se esforçam para encontrar os corpos das vítimas no local do acidente.

terça-feira, 26 de junho de 2007

Segurança no Brasil e no Mundo

Atualmente um dos maiores problemas no Brasil e no mundo todo é a segurança. Basta ligar a televisão no horário do noticiário para perceber o quanto esse assunto é discutido. Tiroteios no Rio, atentados em Bagdá, Guerra Civil na África e outros casos são apenas exemplos do caos que se tornou a (in)segurança em todo o planeta. Para se entender o porquê de toda a violência que se instalou nos diversos cantos do globo é necessário entender suas causas. Ao contrário da violência, que é facilmente perceptível, suas causas são difíceis de se ver, quase imperceptíveis. A fim de tornar mais fácil a análise do problema, pode-se separá-lo em duas partes: Brasil e mundo.
No Brasil, a violência é causada, principalmente, pela exclusão social.Nas grande cidades Brasileiras a violência surge da guerra entre narcotraficantes e policiais militares.Na verdade, o narcotráfico é conseqüência terrível da desigüalde social brasileira. Na distribuição espacial das grandes cidades, os escravos libertos não tiveram oportunidades de plena integração na sociedade, sendo segregados a moradias rudes nas periferias onde a inexistência do Estado criou lacunas na construção das comunidades ali presentes. Em qualquer comunidade, a ausência de Estado para suprir as necessidades da população abre espaço para que outros grupos ocupem seu lugar, sejam grupos religiosos, organizações filantrópicas ou o tráfico de drogas. A precariedade do sistema educacional faz as crianças passarem a maior parte do tempo na rua, onde são mais suscetíveis à influência dos traficantes. Num lugar de pobreza, onde as perspectivas de vida não são boas, o mundo do narcotráfico torne-se um vislumbre para os meninos e meninas das favelas, que acabam por fazer parte da rede do tráfico visando melhorar de vida.Portanto, para solucionar o problema de melhor maneira possível, são necessárias medidas de curto, médio e longo prazo. A polícia atua somente no fim do processo, na tentativa de conter o tráfico. No entanto o policiamento sozinho não é capaz de resolver o problema, são necessários investimentos nos setores básicos de sáude e educação nas favelas, construção de escolas e hospitais, reformas no sistema educacional que mantenha a criança e o adolescente na escola, afastando-os da influência do tráfico e proporcionando-lhes oportunidades para melhorar a qualidade de vida. No entanto, tal projeto necessita de grandes investimentos a longo prazo cujos frutos só aprecem depois de 30, 40 anos. Nesse meio tempo, são necessárias medidas emergenciais de caráter temporário. Todavia, nada disso é feito. O Estado brasileiro simplesmente se ocupa de organizar forças de segurança nacional para invadir as favelas, causando mais conflitos, mortes e sofrimentos. Tal metodologia é extremamente falha pois por melhor que seja a polícia, ela somente interfere no final do processo de formação do cenário de violência. Ao invés de gastar impostos com maquinas de guerra, o Estado brasileiro deveria gastá-los com investimentos na saúde educação, impedindo o tráfico de se abastecer de jovens carentes.
No mundo a questão da segurança está ligada a sérios fatores. O mais importante deles é a definição do que é mais importante para a segurança mundial, definição geralmente dada pelos Estados Unidos. Hoje, o terrorismo é considerado a maior ameaça á segurança global. Na verdade, o terrorismo é o menor dos males. Trata-se apenas de um mecanismo de defesa dos interesses norte-americanos. Toda potência dominante tem um inimigo, na Segunda Guerra era o nazismo alemão, na Guerra Fria era o socialismo soviético, hoje é o terrorismo. Hoje, o verdadeiro perigo à segurança global é o aquecimento global. Em vista das mudanças climáticas ocorridas devido ao aumento da temperatura da Terra, muitos ambientes podem tornar-se hostis à vida humana. As previsões mais otimistas afirmam que em 100 anos haverá conflitos mundiais pela água. Trata-se de uma ameaça não só a integridade de um país, mas à sobrevivência de toda a raça humana. Ao invés de financiar pesquisas de novas armas e instrumentos de guerra, os países ricos deveriam se preocupar em como reverter os efeitos do aquecimento global. Enquanto o governo norte-americano recusar-se a assinar acordos de redução de emissão de gases estufa e preocupar-se excessivamente com terroristas que ele próprio treinou no passado para poder continuar explorando o petróleo do mundo, o verdadeiro perigo à nossa segurança continuara crescendo e se tornando uma ameaça cada vez mais real.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Abertura do Espaço Livre

Bom dia!
Para os que me conhecem e os que não eu sou Luiz Gustavo (mais conhecido como Guga) e há algum tempo escrevo textos sobre assuntos da atualidade e envio-os por e-mail aos meus contatos. Para facilitar a comunicação e publicação dos textos criei este blog, o Espaço Livre, que visa expor pontos de vista sobre os mais diversos assuntos da atualidade. Meus textos anteriores eram sobre discurssos de políticos, o acidente da gol e a execução de Saddan Hussein. Desde Janeiro passado não escrevo mas agora com a abertura do blog procurarei sempre postar um texto sobre algo com a maior freqüência possível.
Os textos são de caráter meramente argumentativo, trata-se da apresentação de uma opinião sobre algo e qualquer tipo de crítica será bem vinda e qualquer opinião será respeitada. Portanto sinta-se à vontade para opinar, criticar, debater e exercer o seu direito mais importante, o direito à liberdade.