terça-feira, 30 de março de 2010

A VERGONHA - crônica de Luiz Fernando Verissimo sobre o BBB

A Vergonha
Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A décima (está indo longe) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB 10 é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir ver este programa ao lado dos filhos.. Gays, lésbicas, heteros... todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB 10 é a realidade em busca do IBOPE.

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 10. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.

Se entendi corretamente as apresentações, são 15 os “animais” do “zoológico”: o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o negro com suingue, a nerd tímida, a gostosa com bundão, a “não sou piranha mas não sou santa”, o modelo Mr. Maringá, a lésbica convicta, a DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador drag-queen e a PM que gosta de apanhar (essa é para acabar!!!).

Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?

Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados..

Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo santo dia.

Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.

Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).

Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?

(Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores )

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.

Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.


Luiz Fernando Verissimo

segunda-feira, 29 de março de 2010

Santa inocência...

O Papa, os gaúchos e o argentino.
Em visita ao litoral do Rio Grande do Sul, o Papa foi levado a percorrer algumas praias, onde presenciou uma cena impressionante.

Algumas pessoas gritavam, desesperadas, apontando para o mar.

Forçando a vista, Sua Santidade pode ver um jovem, vestido com a camisa da seleção argentina, lutando desesperadamente contra o ataque de um tubarão.

O pânico era geral, mas três homens vestindo bombacha se aproximaram da água.

Um arremessou um arpão que acertou no corpo do tubarão; o segundo arrancou o argentino ensangüentado de sua enorme boca, enquanto o terceiro abatia a feroz criatura, com vigorosas cacetadas...

Depois de levar o argentino, inconsciente, até a areia, os três gaúchos arrastaram o tubarão até as proximidades de uma camionete e o colocaram na caçamba.

Ainda cansados, os gaúchos foram levados até as proximidades do Papa-Móvel. O Papa, visivelmente emocionado, lhes dirigiu uma bênção especial.

- Caríssimos irmãos brasileiros: a cena que hoje presenciei me ensinou muito acerca da grandeza dos homens, filhos de Deus. Sem considerar a rivalidade que existe entre os brasileiros e argentinos, um gesto nobre, superior e heróico, levou estes abnegados brasileiros a salvar um irmão argentino das garras da morte. É um grande exemplo para a busca da paz entre os homens sempre em conflito!

O Papa se despediu e, enquanto o Papa-Móvel se afastava, um dos gaúchos perguntou aos outros:


- Buenas, qual é a deste velho padreco?


- Mas bah tchê! Deixa de ser atrasado, índio velho, este é o Papa, o Santo Padre, o gaudério que fala direto com o Patrãozito lá de cima. Ele tem a sabedoria divina.

- Barbaridade, sabedoria divina ele pode ter, mas não entende nada de pesca de tubarão.

- Tchê de Deus, cadê a isca ?


- Tá vendo? O argentino fugiu de novo!

Curto e Grosso - Mentalidade política em época de eleição...

quinta-feira, 18 de março de 2010

Vídeo: protesto no Consulado do Brasil em Miami

No dia 26 de fevereiro deste ano um grupo de imigrantes cubanos residentes em Miami (EUA) chamado Asamblea de la Resistencia invadiu o Consulado do Brasil naquela cidade para protestar de forma pacífica contra a política de cumplicidade que o governo Brasileiro vem adotando com relação às violações dos direitos humanos cometidos pelo regime cubano. Tudo isto justamente no mesmo dia em que o presidente Lula chegava à Cuba e em que um dissidente cubano falecia após mais de 80 dias de greve de fome.

Assitam ao vídeo:



Apesar da grande repercussão (negativo) que tal evento poderia ter para a imagem internacional do Brasil, nada foi divulgado na mídia nacional! Se o motivo foi simples complacência da mídia ou algum tipo de censura (como a que foi imposta ao programa de TV CQC após mostrar o "desvio" de uma TV de Plasma que havia sido doada para uma escola pública em SP e, "misteriosamente", acabou indo parar na casa da diretora) não sei dizer. 

Fato é que a cumplicidade de Lula e do governo do Brasil com práticas tão condenadas internacionalmente em nada contribuem para a melhora da imagem de nosso país no cenário internacional! Mesmo tendo uma política de se aproximar dos países subdesenvolvidos em todo o mundo, não se pode fazer política externa a todo custo e passando por cima de princípios como direitos humanos, democracia e, acima de tudo, liberdade! 

Além do grave erro com relação à Cuba, o Brasil nos últimos anos tem sido "cúmplice" de outros regimes políticos deploráveis, como Irã, Sudão e Venezuela, apenas para citar alguns. Tudo em nome da "política de boa vizinhança".

Não se trata de apoiar determinado regime político pela sua relação com os EUA (os quais, apesar do discurso pró Direito Humanos são seus maiores violadores no mundo em locais como Guantánamo e Abu-Ghraib), pelas suas diretrizes políticas ou por ser pobre ou rico. É possível adotar uma política externa independente e autônoma sem fazer vista grossa à atos tão condenáveis.

Se quisermos nos afirmar como Estado Democrático de Direito, não só para a Comunidade Internacional mas para nós, cidadãos brasileiros, o governo não pode e não deve ser complacente com qualquer violação dos direitos fundamentais do ser humano, independentemente de quem seja o culpado. 

Ou será que nos vendemos por tão pouco?!?

LIBERDADE SEMPRE!!!

Luiz Gustavo Aversa Franco
Brasília, DF - 18 de março de 2010

Charge: Aedes animadus

Royaltes do Pré-Sal, dengue, entre outras coisas no Rio de Janeiro:

sexta-feira, 12 de março de 2010

NOTÍCIAS - Corrupção no DF II

Mais uma notícia do CorreioWeb mostra que as irregularidades praticadas pelo governo Arruda já eram práticas do governo Roriz, que agora faz papel de paladino da justiça e da ética em sua tentativa de voltar ao Buriti sobre tapete vermelho. 

Atentem para as datas apresentadas na reportagem, que correspondem ao governo Roriz.

Arruda pode estar preso mas o espectro da corrupção ainda assombrará o DF até as eleições de outubro. Cabe a nós, eleitores, não nos deixarmos enganar e não cometer os mesmos erros do passado novamente! 

FORA RORIZ!!!


Durval faz acordo com a Justiça que pode atingir governo Roriz
 
Agência Brasil
Publicação: 12/03/2010 09:10
 
O ex-secretário Durval Barbosa poderá ampliar o leque de denúncias de corrupção contra o governo local, iniciadas com a revelação de vídeos da suposta arrecadação e pagamento de propina no Distrito Federal. O esquema foi desarticulado pela Polícia Federal (PF) na Operação Caixa de Pandora, no fim do ano passado. As novas acusações podem extrapolar o governo de José Roberto Arruda (sem partido) e alcançar o antecessor, Joaquim Roriz.

É o que sinaliza o Ministério Público do Distrito Federal em ação penal contra Durval Barbosa por fraude em licitação quando ocupava o cargo de diretor-presidente da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) no governo Roriz.

A Agência Brasil teve acesso aos dez volumes do processo 2010.01.1.017372-4, atualmente na 5ª Vara Criminal de Brasília. A ação foi aberta em 26 de janeiro de 2006 contra a diretoria da Codeplan por contrato de prestação de serviço considerado irregular.
No último volume, o Ministério Público reforça a denúncia contra Durval e três ex-diretores da empresa, ressaltando que estão em andamento “tratativas” acerca do alcance da delação premiada oferecida a Durval Barbosa no inquérito da Operação Caixa de Pandora, que corre em segredo no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Designado pelo Ministério Público do DF para atuar na Caixa de Pandora, o promotor Eduardo Gazzinelli Veloso assina a petição protocolada em 24 de fevereiro de 2010. No documento, ele afirma que a operação trouxe à tona “diversos fatos graves ocorridos no âmbito da administração pública local, revelados em função da especial condição de colaborador premiado de Durval Barbosa Rodrigues”. Acrescenta que a “incidência” e o “alcance” da delação premiada estão em discussão.

“Ao se dispor a contribuir com as investigações então levadas a efeito junto ao Inquérito 650, o colaborador se colocou em posição especial segundo a legislação de regência da matéria, em função do que o Ministério Público participa este juízo quanto à existência de tratativas para a aferição da incidência e do alcance do instituto da colaboração premiada”, sustenta o promotor. A denúncia contra a diretoria da Codeplan foi aceita pelo juiz substituto Marcio Evangelista Ferreira da Silva dois dias depois.

Segundo o Ministério Público, a Codeplan fechou um contrato no valor de R$ 649.992,00 anuais com a empresa Xerox para “locação de sistema de impressão e de acabamento pós-impressão, com fornecimento de material” para a folha de pagamento do “complexo administrativo do Governo do Distrito Federal”.

O contrato contemplava a impressão dos 168 mil contracheques dos funcionários dos 93 órgãos da administração pública atendidos pela Codeplan. A vigência era de 12 meses, prorrogáveis por mais 60 meses. Detectadas as irregularidades, o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) determinou que não fosse prorrogado.

“A instrução aponta uma série de irregularidades, desde a ausência de cláusulas necessárias, até a existência de contrato casado e prorrogação indevida. Ademais, no seu entender, os critérios de julgamento não estavam suficientemente claros, com parâmetros objetivos para determinar a licitante vencedora”, diz o parecer da procuradora do MP junto ao TCDF, Cláudia Fernanda de Oliveira Pereira, em 2 de abril de 2001.

A decisão, no entanto, não foi cumprida. Em 28 de dezembro de 2001, a Codeplan fez nova contratação. O argumento da empresa era de que a manutenção dos serviços era “absolutamente necessária” para evitar o “colapso administrativo no governo local”.

“Apesar da decisão do TCDF, os denunciados, de modo proposital, não atenderam à recomendação. Assim, de modo doloso, os denunciados permaneceram inertes por mais três meses”, diz a denúncia do Ministério Público.

A Xerox informou que não foi notificada pela Justiça sobre o recebimento da denúncia e, portanto, não vai se manifestar sobre o suposto contrato irregular firmado com a Codeplan.
 
Grifos próprios

terça-feira, 9 de março de 2010

NOTÍCIAS - Corrupção no DF

A reportagem a seguir do Correio Braziliense é prova viva de que o atual escândalo de corrupção que tomou conta do Distrito Federal não foi fruto simplesmente da mente criminosa de Arruda, mas sim continuidade dos esquemas implantados pelo "bom e velho" coronel do cerrado, ninguém mais ninguém menos que Joaquim Roriz. 

Agora, o velho crápula tenta retornar triunfante ao seu velho posto fazendo propaganda política antecipada em rádio e TV! 

 Não repita os mesmos erros do passado! Não vote naqueles que tanto mal já fizeram à esta cidade!

FORA RORIZ!!!
 

Depoimentos e fitas sinalizam que suposto esquema de corrupção teve início na gestão do Roriz


Ana Maria Campos
Publicação: 09/03/2010 07:40 Atualização: 09/03/2010 08:21
 
A colaboração de Durval Barbosa na investigação da Operação Caixa de Pandora tirou do caminho de Joaquim Roriz um forte adversário nas próximas eleições. A força das denúncias de corrupção na administração de José Roberto Arruda, no entanto, virou um transtorno para a campanha do político que governou o Distrito Federal quatro vezes, tendo Durval a seu lado durante quase oito anos. A confissão do aliado de Roriz ao Ministério Público e à Polícia Federal de que arrecadava recursos com empresas prestadoras de serviços para abastecer o governador Arruda e a base aliada é um indício de que o suposto esquema não começou agora.

Nos primeiros depoimentos, Durval Barbosa se restringiu a contar detalhes sobre pagamentos de propinas a integrantes do atual governo, em contratos da gestão Arruda. Mas as fitas que ele mesmo divulgou não deixam dúvidas: existem evidências claras de que a corrupção começou na gestão anterior. Consideradas as imagens mais fortes do escândalo da Caixa de Pandora, as gravações de Arruda, do ex-presidente da Câmara Leonardo Prudente (sem partido), da deputada Eurides Brito (PMDB) e do ex-distrital Júnior Brunelli (PSC) ocorreram no governo anterior. Por isso, a meta dos investigadores agora é conseguir detalhes de irregularidades praticadas por intermediários de Roriz entre 1999 e 2006.

Durval Barbosa e Roriz são alvos de duas ações penais em que se questiona o mesmo assunto tratado agora: corrupção envolvendo empresas de informática que prestam serviços ao governo. Num dos processos, o Ministério Público Federal sustenta que dinheiro da empresa Linknet financiou a compra de urnas eletrônicas usadas para treinar o eleitor a votar em Roriz. Na outra, a acusação é de desvio de R$ 28 milhões das empresas Linknet e Adler para a campanha à reeleição de Roriz em 2002. Curiosamente, o advogado de Roriz na época era o mesmo Nélio Machado que agora defende Arruda.

Com a mesma contundência, ele tentou em 2003 desqualificar as denúncias envolvendo seu cliente. Em 2002, Roriz sofreu turbulências políticas fortes e até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a declarar publicamente acreditar que ele poderia perder o mandato para o petista Geraldo Magela devido a denúncias de uso da máquina na campanha. “Na ocasião, não conhecia a figura nefasta, nebulosa do Durval”, afirma Nélio Machado, que cuidou do andamento da ação penal contra Roriz no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O caso não foi para a frente porque a Câmara Legislativa não deu autorização para a abertura de processo contra Roriz.

As ações penais agora tramitam na 1ª Vara Criminal de Brasília, já que Roriz não tem mais foro especial. O assessor de imprensa de Roriz, Paulo Fona, afirma que as denúncias são velhas e já foram desqualificadas em julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quando se discutiu crime eleitoral que teria sido praticado na campanha de 2002. Por quatro votos a dois, os ministros do TSE avaliaram, na ocasião, que não havia provas contra Roriz de uso da máquina e abuso de poder político e econômico nas ações protocoladas pelo Ministério Público Federal e pelo PT.

Discípulos

Nos primeiros depoimentos, Durval Barbosa citou Roriz. Disse que partiu dele a autorização para que a estrutura da Codeplan fosse usada nos interesses eleitorais da campanha de Arruda ao Governo do Distrito Federal. A íntegra do vídeo entregue por Durval ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) durante a fase de delação premiada mostra uma relação próxima entre Arruda e Roriz, na ocasião. No momento em que recebia o maço de dinheiro das mãos de Durval no gabinete da presidência da Codeplan, Arruda atendeu uma ligação de Roriz. No diálogo, ele disse que estava com “saudades” do então governador do DF.

Durval Barbosa também contou que a engenharia jurídica para os contratos com empresas de informática, feitos sem licitação de forma que houvesse liberdade para escolha das prestadoras de serviço, partiu de Benjamin Roriz, pessoa da maior confiança de Joaquim Roriz (1). Em depoimento à Polícia Federal, ele contou que Benjamin — ex-secretário de Governo de Roriz e secretário-adjunto de Relações Institucionais de Arruda — apresentou como solução convênios entre a Codeplan e o Instituto Candango de Solidariedade (ICS) para a realização de contratos. Esse modelo é contestado pelo Ministério Público e foi considerado irregular pela Justiça. Vários contratos resultantes desses convênios renderam ações penais e de improbidade administrativa contra Durval, em tramitação no Tribunal de Justiça do DF.

Entre os investigados na Operação Caixa de Pandora, há integrantes do grupo arrudista que não tiveram destaque na administração Roriz, como o conselheiro Domingos Lamoglia, do Tribunal de Contas do DF, e o jornalista Omézio Pontes, ex-assessor de imprensa de Arruda. Mas há muitos políticos que estiveram ao lado de Roriz, como Leonardo Prudente (sem partido), Eurides Brito (PMDB), Rôney Nemer (PMDB), Benício Tavares (PMDB) e Benedito Domingos (PP), que foi vice de Roriz, entre 1999 e 2002. Júnior Brunelli (PSC), que renunciou por ter recebido dinheiro de Durval e por ser o autor da famosa oração da propina, era cotado para ser candidato ao Senado neste ano na chapa encabeçada por Roriz.

Embora hoje sejam considerados inimigos políticos, Roriz e Arruda já tiveram muitas afinidades. Arruda foi secretário de Obras de Roriz, quando deu início ao projeto de construção do Metrô de Brasília. Em 1998, Arruda disputou eleição ao governo, anunciando uma alternativa a Roriz e ao PT. Perdeu e depois se reaproximou do antigo padrinho. No último governo de Roriz, Arruda, Paulo Octávio, Tadeu Filippelli e Maria de Lourdes Abadia disputaram abertamente o apoio do ex-governador para a campanha ao governo. Com a sinalização de que Roriz apoiaria Abadia, Arruda e Paulo Octávio fecharam uma chapa puro-sangue ao governo. Assim que se tornou governador, Arruda cooptou vários antigos colaboradores de Roriz, como o ex-secretário de Fazenda Valdivino de Oliveira e o presidente do PMDB-DF Tadeu Filippelli.

1 - Recluso
Até 27 de novembro, Joaquim Roriz estava engajado numa campanha política para aumentar o número de filiados do PSC, partido que ingressou depois de deixar o PMDB. Todo final de semana, ele vinha fazendo caravanas nas cidades e recebia aliados em seu escritório político, inaugurado no Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA). Depois que o escândalo veio à tona, ele ficou mais recluso e só falou sobre o assunto no programa do partido na televisão, quando disse: “É tão vergonhoso, tão escandaloso... Fico numa indignação, fico numa vergonha...”
 
Grifos próprios

Luiz Gustavo Aversa Franco
Brasília, DF - 09 de março de 2010

segunda-feira, 8 de março de 2010

Piada de mal gosto...

Nessas horas vemos que a política é realmente uma palhaçada!!!

Vejam o vídeo abaixo, encontro de José Serra com Arruda (já viu, né?) em 2009:





Não sei dizer o que é pior: a piada ou a simples idéia de um governo encabeçado por Serra e Arruda...

Como eu costumo dizer: sempre pode ser pior!