A reportagem a seguir do Correio Braziliense é prova viva de que o atual escândalo de corrupção que tomou conta do Distrito Federal não foi fruto simplesmente da mente criminosa de Arruda, mas sim continuidade dos esquemas implantados pelo "bom e velho" coronel do cerrado, ninguém mais ninguém menos que Joaquim Roriz.
Agora, o velho crápula tenta retornar triunfante ao seu velho posto fazendo propaganda política antecipada em rádio e TV!
Não repita os mesmos erros do passado! Não vote naqueles que tanto mal já fizeram à esta cidade!
FORA RORIZ!!!
Depoimentos e fitas sinalizam que suposto esquema de corrupção teve início na gestão do Roriz
Ana Maria Campos
Publicação: 09/03/2010 07:40 Atualização: 09/03/2010 08:21 A colaboração de Durval Barbosa na investigação da Operação Caixa de Pandora tirou do caminho de Joaquim Roriz um forte adversário nas próximas eleições. A força das denúncias de corrupção na administração de José Roberto Arruda, no entanto, virou um transtorno para a campanha do político que governou o Distrito Federal quatro vezes, tendo Durval a seu lado durante quase oito anos. A confissão do aliado de Roriz ao Ministério Público e à Polícia Federal de que arrecadava recursos com empresas prestadoras de serviços para abastecer o governador Arruda e a base aliada é um indício de que o suposto esquema não começou agora.
Nos primeiros depoimentos, Durval Barbosa se restringiu a contar detalhes sobre pagamentos de propinas a integrantes do atual governo, em contratos da gestão Arruda. Mas as fitas que ele mesmo divulgou não deixam dúvidas: existem evidências claras de que a corrupção começou na gestão anterior. Consideradas as imagens mais fortes do escândalo da Caixa de Pandora, as gravações de Arruda, do ex-presidente da Câmara Leonardo Prudente (sem partido), da deputada Eurides Brito (PMDB) e do ex-distrital Júnior Brunelli (PSC) ocorreram no governo anterior. Por isso, a meta dos investigadores agora é conseguir detalhes de irregularidades praticadas por intermediários de Roriz entre 1999 e 2006.
Durval Barbosa e Roriz são alvos de duas ações penais em que se questiona o mesmo assunto tratado agora: corrupção envolvendo empresas de informática que prestam serviços ao governo. Num dos processos, o Ministério Público Federal sustenta que dinheiro da empresa Linknet financiou a compra de urnas eletrônicas usadas para treinar o eleitor a votar em Roriz. Na outra, a acusação é de desvio de R$ 28 milhões das empresas Linknet e Adler para a campanha à reeleição de Roriz em 2002. Curiosamente, o advogado de Roriz na época era o mesmo Nélio Machado que agora defende Arruda.
Com a mesma contundência, ele tentou em 2003 desqualificar as denúncias envolvendo seu cliente. Em 2002, Roriz sofreu turbulências políticas fortes e até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a declarar publicamente acreditar que ele poderia perder o mandato para o petista Geraldo Magela devido a denúncias de uso da máquina na campanha. “Na ocasião, não conhecia a figura nefasta, nebulosa do Durval”, afirma Nélio Machado, que cuidou do andamento da ação penal contra Roriz no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O caso não foi para a frente porque a Câmara Legislativa não deu autorização para a abertura de processo contra Roriz.
As ações penais agora tramitam na 1ª Vara Criminal de Brasília, já que Roriz não tem mais foro especial. O assessor de imprensa de Roriz, Paulo Fona, afirma que as denúncias são velhas e já foram desqualificadas em julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quando se discutiu crime eleitoral que teria sido praticado na campanha de 2002. Por quatro votos a dois, os ministros do TSE avaliaram, na ocasião, que não havia provas contra Roriz de uso da máquina e abuso de poder político e econômico nas ações protocoladas pelo Ministério Público Federal e pelo PT.
Discípulos
Nos primeiros depoimentos, Durval Barbosa citou Roriz. Disse que partiu dele a autorização para que a estrutura da Codeplan fosse usada nos interesses eleitorais da campanha de Arruda ao Governo do Distrito Federal. A íntegra do vídeo entregue por Durval ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) durante a fase de delação premiada mostra uma relação próxima entre Arruda e Roriz, na ocasião. No momento em que recebia o maço de dinheiro das mãos de Durval no gabinete da presidência da Codeplan, Arruda atendeu uma ligação de Roriz. No diálogo, ele disse que estava com “saudades” do então governador do DF.
Durval Barbosa também contou que a engenharia jurídica para os contratos com empresas de informática, feitos sem licitação de forma que houvesse liberdade para escolha das prestadoras de serviço, partiu de Benjamin Roriz, pessoa da maior confiança de Joaquim Roriz (1). Em depoimento à Polícia Federal, ele contou que Benjamin — ex-secretário de Governo de Roriz e secretário-adjunto de Relações Institucionais de Arruda — apresentou como solução convênios entre a Codeplan e o Instituto Candango de Solidariedade (ICS) para a realização de contratos. Esse modelo é contestado pelo Ministério Público e foi considerado irregular pela Justiça. Vários contratos resultantes desses convênios renderam ações penais e de improbidade administrativa contra Durval, em tramitação no Tribunal de Justiça do DF.
Entre os investigados na Operação Caixa de Pandora, há integrantes do grupo arrudista que não tiveram destaque na administração Roriz, como o conselheiro Domingos Lamoglia, do Tribunal de Contas do DF, e o jornalista Omézio Pontes, ex-assessor de imprensa de Arruda. Mas há muitos políticos que estiveram ao lado de Roriz, como Leonardo Prudente (sem partido), Eurides Brito (PMDB), Rôney Nemer (PMDB), Benício Tavares (PMDB) e Benedito Domingos (PP), que foi vice de Roriz, entre 1999 e 2002. Júnior Brunelli (PSC), que renunciou por ter recebido dinheiro de Durval e por ser o autor da famosa oração da propina, era cotado para ser candidato ao Senado neste ano na chapa encabeçada por Roriz.
Embora hoje sejam considerados inimigos políticos, Roriz e Arruda já tiveram muitas afinidades. Arruda foi secretário de Obras de Roriz, quando deu início ao projeto de construção do Metrô de Brasília. Em 1998, Arruda disputou eleição ao governo, anunciando uma alternativa a Roriz e ao PT. Perdeu e depois se reaproximou do antigo padrinho. No último governo de Roriz, Arruda, Paulo Octávio, Tadeu Filippelli e Maria de Lourdes Abadia disputaram abertamente o apoio do ex-governador para a campanha ao governo. Com a sinalização de que Roriz apoiaria Abadia, Arruda e Paulo Octávio fecharam uma chapa puro-sangue ao governo. Assim que se tornou governador, Arruda cooptou vários antigos colaboradores de Roriz, como o ex-secretário de Fazenda Valdivino de Oliveira e o presidente do PMDB-DF Tadeu Filippelli.
1 - Recluso
Até 27 de novembro, Joaquim Roriz estava engajado numa campanha política para aumentar o número de filiados do PSC, partido que ingressou depois de deixar o PMDB. Todo final de semana, ele vinha fazendo caravanas nas cidades e recebia aliados em seu escritório político, inaugurado no Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA). Depois que o escândalo veio à tona, ele ficou mais recluso e só falou sobre o assunto no programa do partido na televisão, quando disse: “É tão vergonhoso, tão escandaloso... Fico numa indignação, fico numa vergonha...”
Nos primeiros depoimentos, Durval Barbosa se restringiu a contar detalhes sobre pagamentos de propinas a integrantes do atual governo, em contratos da gestão Arruda. Mas as fitas que ele mesmo divulgou não deixam dúvidas: existem evidências claras de que a corrupção começou na gestão anterior. Consideradas as imagens mais fortes do escândalo da Caixa de Pandora, as gravações de Arruda, do ex-presidente da Câmara Leonardo Prudente (sem partido), da deputada Eurides Brito (PMDB) e do ex-distrital Júnior Brunelli (PSC) ocorreram no governo anterior. Por isso, a meta dos investigadores agora é conseguir detalhes de irregularidades praticadas por intermediários de Roriz entre 1999 e 2006.
Durval Barbosa e Roriz são alvos de duas ações penais em que se questiona o mesmo assunto tratado agora: corrupção envolvendo empresas de informática que prestam serviços ao governo. Num dos processos, o Ministério Público Federal sustenta que dinheiro da empresa Linknet financiou a compra de urnas eletrônicas usadas para treinar o eleitor a votar em Roriz. Na outra, a acusação é de desvio de R$ 28 milhões das empresas Linknet e Adler para a campanha à reeleição de Roriz em 2002. Curiosamente, o advogado de Roriz na época era o mesmo Nélio Machado que agora defende Arruda.
Com a mesma contundência, ele tentou em 2003 desqualificar as denúncias envolvendo seu cliente. Em 2002, Roriz sofreu turbulências políticas fortes e até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a declarar publicamente acreditar que ele poderia perder o mandato para o petista Geraldo Magela devido a denúncias de uso da máquina na campanha. “Na ocasião, não conhecia a figura nefasta, nebulosa do Durval”, afirma Nélio Machado, que cuidou do andamento da ação penal contra Roriz no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O caso não foi para a frente porque a Câmara Legislativa não deu autorização para a abertura de processo contra Roriz.
As ações penais agora tramitam na 1ª Vara Criminal de Brasília, já que Roriz não tem mais foro especial. O assessor de imprensa de Roriz, Paulo Fona, afirma que as denúncias são velhas e já foram desqualificadas em julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quando se discutiu crime eleitoral que teria sido praticado na campanha de 2002. Por quatro votos a dois, os ministros do TSE avaliaram, na ocasião, que não havia provas contra Roriz de uso da máquina e abuso de poder político e econômico nas ações protocoladas pelo Ministério Público Federal e pelo PT.
Discípulos
Nos primeiros depoimentos, Durval Barbosa citou Roriz. Disse que partiu dele a autorização para que a estrutura da Codeplan fosse usada nos interesses eleitorais da campanha de Arruda ao Governo do Distrito Federal. A íntegra do vídeo entregue por Durval ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) durante a fase de delação premiada mostra uma relação próxima entre Arruda e Roriz, na ocasião. No momento em que recebia o maço de dinheiro das mãos de Durval no gabinete da presidência da Codeplan, Arruda atendeu uma ligação de Roriz. No diálogo, ele disse que estava com “saudades” do então governador do DF.
Durval Barbosa também contou que a engenharia jurídica para os contratos com empresas de informática, feitos sem licitação de forma que houvesse liberdade para escolha das prestadoras de serviço, partiu de Benjamin Roriz, pessoa da maior confiança de Joaquim Roriz (1). Em depoimento à Polícia Federal, ele contou que Benjamin — ex-secretário de Governo de Roriz e secretário-adjunto de Relações Institucionais de Arruda — apresentou como solução convênios entre a Codeplan e o Instituto Candango de Solidariedade (ICS) para a realização de contratos. Esse modelo é contestado pelo Ministério Público e foi considerado irregular pela Justiça. Vários contratos resultantes desses convênios renderam ações penais e de improbidade administrativa contra Durval, em tramitação no Tribunal de Justiça do DF.
Entre os investigados na Operação Caixa de Pandora, há integrantes do grupo arrudista que não tiveram destaque na administração Roriz, como o conselheiro Domingos Lamoglia, do Tribunal de Contas do DF, e o jornalista Omézio Pontes, ex-assessor de imprensa de Arruda. Mas há muitos políticos que estiveram ao lado de Roriz, como Leonardo Prudente (sem partido), Eurides Brito (PMDB), Rôney Nemer (PMDB), Benício Tavares (PMDB) e Benedito Domingos (PP), que foi vice de Roriz, entre 1999 e 2002. Júnior Brunelli (PSC), que renunciou por ter recebido dinheiro de Durval e por ser o autor da famosa oração da propina, era cotado para ser candidato ao Senado neste ano na chapa encabeçada por Roriz.
Embora hoje sejam considerados inimigos políticos, Roriz e Arruda já tiveram muitas afinidades. Arruda foi secretário de Obras de Roriz, quando deu início ao projeto de construção do Metrô de Brasília. Em 1998, Arruda disputou eleição ao governo, anunciando uma alternativa a Roriz e ao PT. Perdeu e depois se reaproximou do antigo padrinho. No último governo de Roriz, Arruda, Paulo Octávio, Tadeu Filippelli e Maria de Lourdes Abadia disputaram abertamente o apoio do ex-governador para a campanha ao governo. Com a sinalização de que Roriz apoiaria Abadia, Arruda e Paulo Octávio fecharam uma chapa puro-sangue ao governo. Assim que se tornou governador, Arruda cooptou vários antigos colaboradores de Roriz, como o ex-secretário de Fazenda Valdivino de Oliveira e o presidente do PMDB-DF Tadeu Filippelli.
1 - Recluso
Até 27 de novembro, Joaquim Roriz estava engajado numa campanha política para aumentar o número de filiados do PSC, partido que ingressou depois de deixar o PMDB. Todo final de semana, ele vinha fazendo caravanas nas cidades e recebia aliados em seu escritório político, inaugurado no Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA). Depois que o escândalo veio à tona, ele ficou mais recluso e só falou sobre o assunto no programa do partido na televisão, quando disse: “É tão vergonhoso, tão escandaloso... Fico numa indignação, fico numa vergonha...”
Fonte: CorreioWeb (http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/03/09/cidades,i=178373/DEPOIMENTOS+E+FITAS+SINALIZAM+QUE+SUPOSTO+ESQUEMA+DE+CORRUPCAO+TEVE+INICIO+NA+GESTAO+DO+RORIZ.shtml)
Grifos próprios
Luiz Gustavo Aversa Franco
Brasília, DF - 09 de março de 2010
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